quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

DITOS GAUCHOS

Afiado como navalha de barbeiro caprichoso.
Agarrado como carrapato em culhão de touro.
Apertado como rato em guampa.
Assanhada como solteirona em festa de casamento.
Atirado como interesse de viúva.
Aumentar como barriga de prenha.
Bater mais que brigadiano na mulher.
Brilhar como ouro de libra.
Bueno como namoro no começo.
Buliçoso que nem mico de viúva.
Cair bem como chuva em roça de milho.
Calmo que nem água de poço.
Cara amarrada como pacote de despacho.
Causar alvoroço que nem mata-mosquito em convento.
Chiar como uma locomotiva no cio.
Cobiçada como anca de viúva nova e bonita.
Comer mais que remorso.
Como tosa de porco: muito grito e pouca lã.
Contente como cusco de cozinheira.
Contrariado como gato a cabresto.
Dá mais que pereba em moleque.
De boca aberta que nem burro que comeu urtiga.
Devagar como enterro de a pé.
Dormir atirado que nem lagarto.
Dormir que nem sapo morto estirado nos arreios.
Encardido como peleia de caudilho.
Encordoado como teta de porca.
Enfeitado como bidê de china.
Engraçado como gorda botando as calça.
Esfarrapado que nem poncho de gaudério.
Espalhar-se como pó de mangueira em pé de vento.
Esparramado como dedo de pé que nunca entrou em bota.
Esperto que nem gringo de venda.
Extraviado que nem chinelo de bêbado.
Faceiro como mosca em rolha de xarope.
Feia como mulher de cego.
Feliz que nem lambari de sanga.
Fino e comprido como pio de pinto.
Firme que nem prego em polenta.
Frouxo como peido em bombacha.
Furioso como gato embretado em cano de bota.
Gordo e lustroso como gato de bolicheiro.
Gosmento como cuspida de bêbado.
Grosso como rolha pra poço.
Grudado como bosta em tamanco.
Judiado como filhote de passarinho em mão de piá.
Louco como galinha agarrada pelo rabo.
Mais à vontade que bugio em mato de boa fruta.
Mais alto que cavalo de oficial.
Mais amontoado que uva em cacho.
Mais angustiado que barata de ponta-cabeça.
Mais apertado que nó de soga em dia de chuva.
Mais apressado que cavalo de carteiro.
Mais arisca do que china que não quer dar.
Mais assustado que véia em canoa.
Mais atirado pra trás que pica-pau em tronqueira.
Mais atirado que alpargata em cancha de bocha.
Mais atrasado que bola de porco.
Mais baixo que vôo de marreca choca.
Mais bonita que laranja de amostra.
Mais branco que perna de freira.
Mais caro que argentina nova na zona.
Mais ciumenta que mulher de tenente.
Mais complicado que receita de creme Assis Brasil.
Mais comprido que esperança de pobre.
Mais comprido que suspiro em velório.
Mais conhecido que a reza do padre-nosso.
Mais conhecido que parteira de campanha.
Mais curto que coice de porco.
Mais delgado que cachaço emprestado.
Mais demorado que enterro de rico.
Mais desconfiado que cego que tem amante.
Mais difícil que nadar de poncho.
Mais duro que pau de preso.
Mais encolhido que tripa grossa na brasa.
Mais enfeitado que burro de cigano em festa.
Mais enfiado que cueca em bunda de gordo.
Mais engraxado que telefone de açougueiro.
Mais enrolado que lingüiça de venda.
Mais entravado que carteira em bolso de sovina.
Mais escandaloso que relincho de burro chorro.
Mais faceiro que gordo de camiseta nova.
Mais faceiro que guri de bombacha nova.
Mais fácil que fazer falar um rádio.
Mais fechado que baú de solteirona.
Mais fedorento que arroto de corvo.
Mais feio que indigestão de torresmo.
Mais fino que assobio de papudo.
Mais firme que catarro em parede.
Mais forte que peido de burro atolado.
Mais gostoso que beijo de prima.
Mais grosso que cintura de sapo.
Mais importante que o irmão da rapariga do cabo.
Mais inútil que buzina em avião.
Mais inútil que mijar em incêndio.
Mais ligado que rádio de preso.
Mais ligeiro que tainha de açude.
Mais linda que camisola de noiva.
Mais magro que guri com solitária.
Mais medroso que cascudo atravessando galinheiro.
Mais metido que piolho em costura.
Mais nervoso que anão em comício.
Mais nojento que mocotó de ontem.
Mais perdido que surdo em bingo.
Mais perfumado que mão de barbeiro.
Mais pesado que pastel de batata.
Mais prestimosa que mãe de noiva.
Mais quieto que guri cagado.
Mais sério que guri mijado.
Mais triste que último dia de rodeio.
Mais usado que pronome oblíquo em conversa de professor.
Mais vaidoso que guri em chineiro.
Mais velho que mijar em arco.
Pelado que nem sovaco de perneta.
Que nem carro de funebreiro: só leva.
Que nem serra elétrica, não pode ver pau de pé.
Quem revela a fonte é água mineral.
Sofrer como joelho de freira na Semana Santa.
Solito como galinha em gaiola de engorde.
Tranqüilo e sereno que nem baile de moreno.
Virar-se mais que minhoca na cinza.
Vivo como cavalo de contrabandista.

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