quarta-feira, 23 de março de 2011

artigo MASSACRE DOS PORONGOS

artigo enviado por Hilton Luiz Araldi

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O Massacre de Porongos completa 166 anos de história e 60 de reconhecimento oficial


por Paulo Monteiro

Um dos episódios mais trágicos e discutidos da História do Rio Grande do Sul completou 166 anos no dia 14 de novembro de 2010.

Às primeiras horas (madrugada) daquele dia a fração do Exército da República Rio-Grandense, comandada pelo general David Canabarro, estava acampada no Serro dos Porongos, no atual município de Pinheiro Machado, quando foi atacada pelas forças imperiais comandadas pelo coronel Francisco Pedro de Abreu, mais conhecido pelas alcunhas de Chico Pedro e Moringue.

Apesar de avisado de que Chico Pedro estava por perto, Canabarro zombou da situação, dizendo que se o Moringue sentisse o cheiro dele (Canabarro), correria.

Em vez de prevenir-se, mandou retirar as armas de fogo dos lanceiros negros, na tarde do dia 13 de novembro de 1844. Pela madrugada os revolucionários (“bandidos” como dizia o Barão de Caxias) foram atacados. Peleando no escuro, e mal armados, os lanceiros negros salvaram seus camaradas.

Canabarro, segundo consta, fugiu quase pelado da barraca da Papagaia, mulher do boticário, que servia de médico aos revolucionários.

Algum tempo depois, apareceu um ofício assinado pelo Barão de Caxias dando as coordenadas para que Chico Pedro atacasse os farroupilhas, matando principalmente os negros e poupando o sangue dos brancos.

É uma história comprida que divulgo em meu artigo O Massacre de Porongos e a Capitulação de Ponche Verde, disponível em diversos sítios da Internet e no meu livro O Massacre de Porongos & Outras Histórias Gaúchas.

Muito se discute se o documento do Barão de Caxias é falso ou verdadeiro.

Para mim é verdadeiro. Em 1950, sob a chancela (aquele carimbo vazado) do Ministro do Exército, e sob o nome deste Canrobert Pereira da Costa, o documento foi publicado pela Imprensa Militar, do Rio de Janeiro, de Ofícios do Barão de Caxias de 1842 a 1845.

Tive a oportunidade de mostrar essa obra a diversos advogados experientes e a conclusão de todos eles é uma só: é documento. Ninguém pode discordar da veracidade de que houve um acordo entre os generais Luiz Alves de Lima e Silva, Barão de Caxias, e David Canabarro, então comandante do Exército da República Rio-Grandese para matar os lanceiros negros. O caso está, até prova legal em contrário, resolvido.

O Massacre de Porongos, há exatos 60 anos, foi reconhecido oficialmente pelo Ministério do Exército, como produto de um acordo entre Caxias e Canabarro. E ponto final.


ANEXO:

Carta de Caxias para atacar Porongos



Reservado – Sr. Cel. Francisco Pedro de Abreu, Com. Da 8ª Brigada do Exército - Regule V. S. suas marchas de maneira que no dia 14, às duas horas da madrugada possa atacar as forças a mando de Canabarro, que estará nesse dia no Serro dos Porongos. Não se descuide de mandar bombear o lugar do acampamento de dia, devendo ficar bem certo de que ele há de passar a noite nesse mesmo acampamento. Suas marchas devem ser o mais ocultas que possível seja, inclinando-se sempre sobre a sua direita, pois posso afiançar-lhe que Canabarro e Lucas ajustaram ter as suas observações sobre o lado oposto. No conflito poupe o sangue brasileiro o quanto puder, particularmente da gente branca da Província ou índios, pois bem sabe que essa pobre gente ainda nos pode ser útil no futuro. A relação junta é das pessoas a quem deve dar escápula, se por casualidade caírem prisioneiras. Não receia a infantaria inimiga, pois ela há de receber ordem de um ministro de seu general-em-chefe para entregar o cartuchame sob o pretexto de desconfiarem dela. Se Canabarro ou Lucas forem prisioneiros deve dar-lhes escápula de maneira que ninguém possa nem levemente desconfiar, nem mesmo os outros que eles pedem, que não sejam presos, pois V.S. bem deve conhecer a gravidade deste secreto negócio, que nos levará em poucos dias ao fim da revolta desta Província. Se por acaso cair prisioneiro um cirurgião ou um boticário de Santa Catarina, casado, não lhe registre a sua bagagem, nem consinta que ninguém lhe toque, pois com ela deve estar a de Canabarro. Se por fatalidade, não puder alcançar o lugar que lhe indico, no dia 14, às horas marcadas, deverá desferir o ataque para o dia 15 às mesmas horas, ficando certo de que, neste caso, o acampamento estará mudado um quarto de légua, mais ou menos por essas imediações em que estiveram no dia 14. Se o portador chegar a tempo de que esta importante empresa possa se efetuar, V.S. lhe dará seis onças, pois ele promete-me entregar em suas mãos este ofício até às 4 horas da tarde do dia 11 do corrente. Além de tudo quanto lhe digo nesta ocasião, já V S. deverá estar bem ao fato do Estado das coisas pelo meu ofício de 28 de outubro e, por isso, julgo que o bote será aproveitado desta vez. Todo o segredo e circunspecção é indispensável nesta ocasião, e eu confio no seu zelo e discernimento que não abusará deste importante segredo. Deus Guarde a V. S. Quartel-General da Província e Com.-em-Chefe do Exército, em marcha nas imediações de Bagé, 9 de novembro de 1844 - Barão de Caxias.
Apenso - NOTA IMPORTANTE DO COPIADOR, à p. 148 desta coletânea de ofícios de Caxias: Este ofício deve ser criteriosamente analisado. Há quem tenha suas dúvidas a respeito de sua autenticidade. No Livro 171 do Museu do Estado, ele está deslocado, isto é, foi copiado na última página do mesmo, pág. 249, enquanto o ofício que trata da parte do combate dos Porongos está na pág. 206. O Ofício a que se refere Caxias, de 28 de outubro, contendo o mesmo assunto, não foi possível descobrir. Esse ofício talvez elucidasse o assunto. Vide o que diz a propósito Alfredo Ferreira Rodrigues no Almanaque do Rio Grande do Sul de 1901. A defesa de A. F. Rodrigues de Canabarro me parece fraca. Julgo o documento legítimo, pois Francisco Pedro não teria nenhuma conveniência em divulgar um documento que lhe tiraria todas as honras de uma estrondosa vitória, como foi julgada a surpresa dos Porongos.


(*) Paulo Monteiro pertence a diversas entidades culturais do Brasil e do exterior e estuda a história sul-rio-grandense há mais de 40 anos.

10º LEILÃO LAÇO DE PRATA - Crioulos

FM Cultura transmite o 4º Canto Missioneiro de Santo Ângelo

A rádio FM Cultura 107,7 fará cobertura ao vivo do Festival 4º Canto Missioneiro e 3 º Canto Piá Misisoneiro promovidos pela Prefeitura de Santo Ângelo com o apoio da Secretaria Municipal de Cultura, Lazer e Juventude. A programação contará com flashes ao vivo e entrevistas transmitidas diretamente da capital das missões. Nos dias 24 e 25 de março o programa Estação Cultura apresenta entrevistas com participantes do evento. Ainda no dia 25 às 22hs, será veiculado programa especial. E no domingo (27), a FM Cultura transmite, ao vivo, a final do 4º Canto Missioneiro. Mais informações pelo site www.cantomissioneiro.com.br


FM Cultura 107,7
4º Canto Missioneiro e 3º Canto Piá Misisoneiro
24 de março (quinta-feira) a 27 de março (domingo)
Flashes ao vivo e entrevistas direto de Santo Ângelo

domingo, 13 de março de 2011

Minuano


Caro Fernando,
uma colaboração para o Na Hora do Amargo.
Abraços,
Tânia
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por Tânia Du Bois

“Contra o dorso indefeso das coxilhas / o Minuano rígido arremete. //

Com seus longos uivos...//... com seu ímpeto forte a sibilante / e o seu açoite rústico e gelado, / fecha e escancara portas e janelas, / por cerros e quebradas assovia, / por todas as passagens e aberturas / elástico e invisível se insinua...”


Mansueto Bernardi em seu poema mostra que o vento minuano faz a curva em travessas desconhecidas e canta em coro como desabafo. Ele é o vento misterioso de que sempre ouvimos nos causos. No sonho em que vínhamos vivendo: a lembrança como movimento, espalhando coragem e alegria.


O minuano é sonâmbulo e por vezes represa mágoas; em outras, constrói a própria liberdade; corre do sul para o norte e na terra se embrenha. É o vento que repete a arte no prazer da ilusão de sentirmos, parados à sua espera, um fio de grito e o sussurro da folhas cobrindo a solidão.


“O vento sul chegou / desfolhando papoulas / vergando caules /

sacudindo polens / agitando palmeiras. ////... O vento sul chegou/

abanando possesso / a minha velha cidade menina /

roçando casas / virando esquinas / levando folhas...”

(Maura de Senna Pereira)


Minuano, vento gelado que penetra nos ossos e uiva nas veias desafiando a saudade. Permanece na transparência do vivido tempo. Presente no corpo, onde seu segredo não logra o gelo sobre a noite, quando sopra o pensamento.


“O sentido do vento / na noite no barulho / sobre nossas cabeças / de corpos presos / é o que assusta...// O destino do vento / no renovar dos papéis.../ como textos.../ de poucas histórias / é o que assusta os adultos.”

(Pedro Du Bois)

quarta-feira, 9 de março de 2011

Encantado realiza 13º Canto da Lagoa

O Festival Nacional de Música é dividido em três categorias. Na fase regional, só podem se inscrever autores, intérpretes e compositores naturais ou residentes em um dos municípios pertencentes à Associação dos Municípios do Vale do Taquari (AMVAT). Doze músicas serão selecionadas pela Comissão de Triagem e Julgamento e apresentadas no domingo, dia 20. As quatro primeiras composições garantem a participação no CD do festival e disputam a final no dia 26.

Na fase nacional serão 16 as canções selecionadas para apresentação no dia 25. As oito melhores músicas classificam para a etapa final e também serão incluídas no CD do festival. Os músicos receberão ajudas de custo em ambas as etapas.

Serão premiadas as composições que obtiverem primeiro, segundo e terceiro lugares, Melhor Tema para Encantado, Melhor Intérprete, Melhor Arranjo, Melhor Instrumentista e Melhor Grupo. Os prêmios variam de R$ 1 mil a R$ 8 mil. O Festival também conta com a Fase Estudantil que será realizada no dia 19 de março.

As inscrições podem ser feitas até o dia 2 de março de 2011, na Secretaria Municipal da Juventude, Desporto e Turismo ou pelos Correios através do endereço: Prefeitura de Encantado – 13º Canto da Lagoa/ Secretaria da Juventude, Deporto e Turismo, Rua Monsenhor Scalabrini, 1047 – Encantado/RS – CEP 95960-000. Mais informações podem ser obtidas pelos telefones (51) 3751-3400 ramal 2219 ou pelo endereço eletrônico juventude@encantado-rs.com.br.

O regulamento completo está disponível no site www.encantado-rs.com.br.