segunda-feira, 4 de abril de 2011

MÁRIO QUINTANA: O poeta diante da sua própria arte

Caro Fernando,
pelo aniversário de Porto Alegre, uma colaboração
para o Na Hora do Amargo.
Abraços,
Tânia.
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MÁRIO QUINTANA: O poeta diante da sua própria arte

por Tânia Du Bois

Estamos comemorando o aniversário de Porto Alegre, capital e coração do Rio Grande; uma oportunidade para lembrar a intensa vida de trabalho de Mário Quintana que, com emoção, possibilitou a realização integral de seus sonhos de luz, liberdade e felicidade.

Quintana foi um poeta muito especial, o que nos permite penetrar no reino das palavras quintanares e passear pelos seus textos como quem conversa com a cidade de Porto Alegre.

A reunião de alguns de seus textos permite a visão do seu percurso, mostrando o poeta diante da sua própria arte:

1 – Preto no Branco

“A arte de escrever é, por essência, inerte e tem sempre um quê

proibido: algo assim como essa tentação irresistível que leva os

garotos a riscar a brancura dos muros”.

Onde Quintana transfigura a imagem da cidade, nas metáforas de seus poemas.

2 - A Rua dos Cataventos

“Jogos de luz dançando na folhagem! / Do que eu ia escrever

até esqueço... / Pra que pensar? Também sou da paisagem...”

Mário Quintana, muitas vezes, confundido com a paisagem das ruas de Porto Alegre.

3 – “De Sonetos e de Canções”

Uma das características de Mário Quintana é a melodia de seus

Versos, símbolo que, ancorado na cidade, fez dela seu itinerário de canções.

4 – O Diálogo entre o Poeta e a Rua

“Dorme ruazinha... É tudo escuro... / Em meus passos,

quem é que pode ouvi-los?”

A exploração de suas andanças pelas ruas de Porto Alegre. 5 – XI “Passos da Cruz”

“Não sou eu quem descrevo / Eu sou a tela

E oculta a mão colore alguém em mim”

O poeta funde em poesia a realidade e a imaginação: Porto Alegre é sua poesia.

5 – O Mapa

“Olho o mapa da cidade / Como quem examinasse / A anatomia

do corpo... / sinto uma dor infinda / das ruas de Porto Alegre /

onde jamais passarei...”

Nesse poema ele fala de lugares, ruas, bairros e estão relacionados às suas diferentes lembranças sobre a cidade.

6 – Na Volta da Esquina

“Os sorrisos mais encantadores que a gente recebe na vida são os

desses candidatos em vésperas de eleições”.

O eu-lírico presente no texto, “sorrisos” com uma pitada sobre Política, sua maneira de ajudar a refletir seu encanto por Porto Alegre..

7 – Ora Bolas

Segundo Luís Fernando Veríssimo, Quintana dizia muito “ora bolas”, que era o seu desabafo de mil utilidades – é um livro que reúne o humor cotidiano.

8 – Dos Livros

“A duas espécies de livros: uns que os leitores esgotam, outros que

esgotam os leitores”.

Aqui, Quintana revela a face secreta de Porto Alegre e de seus habitantes.

9 – O Auto-retrato / “No retrato que faço / - traço a traço – /

as vezes me pinto nuvem / as vezes me pinto árvore”.

O poeta sempre amou a cidade que, desde sempre, lhe retribui esse amor.

Para Quintana, escrever sobre Porto Alegre, era a sua maneira de comunicar-se com o mundo e demonstrar seu amor pela cidade. Hoje, a certeza de que a mesma se reconhece em seus versos e ele está presente em sua paisagem.

Um comentário:

  1. Caro Fernando, é sempre um prazer poder participar desse espaço. Agradeço de coração. Abraços, Tânia.

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