quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Milonga de lutas e sonhos

por Paulo Mendes

Eram poucos, uma meia dúzia. Uns se conheciam, outros foram chegando e se conhecendo em meio ao tumulto dos dias que se seguiram. Era um tropel, era bala que zunia, era ferro que batia contra ferro, eram ideias, sementes e sonhos, quase como lanças, quase como espadas, aço contra aço que se cruzavam nos entreveros. Foram dias multicores, manhãs de primavera. Seus espíritos transbordavam de chamas como o fogo de chão nos galpões grandes nas estâncias da alma. Assim, formaram uma trupe e fizeram as escaramuças, conquistaram cidades, combateram o inimigo em todas as suas frentes e se fizeram fortes. Lutaram contra uma imensidão, brigaram com um monstro de muitas cabeças e formas, mas sempre tiveram esperanças. Fizeram armas até de taquara e juntaram um exército esfarrapado.

Às vezes, a disparidade de forças fazia com que brigassem entre si, mas logo redobravam os sentidos e iam em frente. Vencendo uma batalha aqui, outra ali, tendo como estandarte as suas bandeiras rotas, os pés sujos, as testas suadas, os músculos exaustos, os corpos em feridas. Balançaram os palas ao vento, no meio das tropas, quase não dormiram por anos a fio, fizeram os planos mais loucos. E ousaram. E o povo gostou deles e os aplaudiu. Mandaram mensageiros. E tudo lhes dava mais força nessa luta sem-fim que travaram nos confins do Sul e das utopias.

Então chegou o dia em que eles perderam a batalha decisiva. Foi como uma névoa que lhes cobriu os olhos tresnoitados. Suas fisionomias se transformaram em álbuns de memória. Em tudo ficou uma cerração, que gela e entristece. Dignos, recolheram seus mortos, trataram seus feridos, levantaram a bandeira branca e entregaram o território conquistado a duras penas para o inimigo. Pareciam derrotados. Sem mais nem menos, deram um grito uníssono que ribombou pelos campos e pelas cidades.

E, para surpresa geral, começaram a sorrir. Seus semblantes mostravam a cara dos que brigam sempre pela liberdade, daqueles que querem ser livres de forma incondicional, dos que não se conformam. E todos sentiram a vibração daquelas almas, dos espíritos que não queriam calar. Tinham umas caras boas e claras. Não, ali não estava o fim.

Ali estava só o começo...

Agora, todos os respeitam, os que foram loucos um dia, aqueles que brigaram pela terra e pelos direitos, os que carregaram nos braços os parceiros ensanguentados. Todos sabiam que tinham lutado, o mundo os temia porque tinham o dom de se multiplicar. Eles voltam sempre, porque, se morrem, ressuscitam todos os dias em nossos corações.

Regalo foto: Nelson Jungbluth
Regalo publicação: jornal Correio do Povo

ARTE: grão de areia

Entrou em minha caixa de correio essa excepcional sessão de pinturas, infelizmente não tenho o autor da obra mas o intuito é para pensarmos o que somos nesse mundo tão grande e ao mesmo tempo tão pequeno.

Bom, vocês vão entender isso ao decorrer das pinturas.



quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Mestre BEZ BATTI: TRADUZINDO A ASPEREZA DA PEDRA

Como de rotina a Tânia sempre consegue me surpreender com seus textos perfeitos, exaltando nossos artistas gaúchos.

Muchas gracias.

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Caro Fernando,

uma colaboração para o Na Hora do Amargo.
Abraços e bom final de semana.
Tânia

por Tânia Du Bois

“Ao mestre João Bez Batti por traduzir a aspereza da pedra, a leveza e o brilho das esculturas.


“Sente na pedra / a finitude / e a ultrapassa /
em golpes / (as razões) irracionais dos atalhos /
como amar a solicitude / e aos gritos expulsar /
do ato a insignificância // - os dias rápidos
em passagens / permanecem: na pedra
a permanência / aguarda nova explosão - //
a transformação se adensa / em novas formas /
e polimento / e a pedra está além / da finitude:
o infinito / da obra / acabada.” Pedro Du Bois

A arte está focada em estimular a criatividade através de exclusivos sensores de imagem que disponibilizam os “olhos” para guardá-las.

Batti canaliza sua criatividade através das esculturas em basalto, o que acontece continuamente na sua produção com maior variedade e formatos. Para desenvolver o seu talento, o escultor busca experiências concretas de superação de desafios e o foco nos objetivos, sempre relacionado intimamente com a lapidação da pedra. Peças demonstram que a pedra - ritmo e movimento - exerce funções fundamentais na criação do artista.

Batti possui o talento, a criatividade e asas para voar na imaginação, mas o traço em comum vai além, retrata o mundo em uma ampla “coleção” de imagens, traduzindo a aspereza da pedra.

Espalhou sua criação pelo mundo e continua focado no desenvolvimento de novas esculturas, primeiro, em desenho, depois, sucessivamente, em basalto. Destaca as pedras onde revela o domínio da anatomia; apresentadas em diferentes cores e esculpidas em diferentes formas... um trabalho com traço firme e rigoroso, emocionando o espectador.

Esse gaúcho, que conquistou o seu espaço nas artes plásticas, confere o papel de espelho às pedras; ele as vivifica ao transformá-las em objetos de arte.

Abra os olhos e comece a planejar uma visita ao ateliê do artista, nos Caminhos de Pedra, na Linha São Pedro, em Bento Gonçalves, RS. É a oportunidade de viver o momento em que o basalto e a arte se encontram e de conhecer o escultor e as suas obras, inesquecíveis.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Agora Virou CHACÓTA !!!


CTG de Brasília promove BAILE DO CHOPP

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SC: banda grava DVD SERTANEJO durante RODEIO de CTG

Praia Grande, Santa Catarina, Rodeio Nacional do CTG Porteira do Faxinal, sábado, 16 de outubro de 2010, 23h3omin. Abre-se a porta do centro de tradições. E o público começa a entrar. Nada de gaúcho pilchado, prenda de vestido. A maioria era gurizada mesmo, presente alí para acompanhar a gravação de um DVD. A música não era tradicional. Na verdade, o rodeio foi puro pretexto. O local serviu de cenário para um show sertanejo, do grupo Bailaço. Isso mesmo, gravação de um DVD sertanejo em pleno rodeio crioulo de Santa Catarina. Os músicos, claro, dispensaram a pilcha. Uma beleza. Para entrar, a carteira da CBTG/ MTG de nada valia. Tinha que pagar ingresso: R$ 20,00. Claro, como diria uma amigo meu do Vale do Sinos, larguei fincado!

Taí a galera do Bailaço, durante a gravação do DVD

Regalo: blog Roda de Chimarrão

Remanescentes

por Pedro Du Bois

Somos todos
único remanescente
da tormenta: carregamos tormentos
distribuídos em igualdade

(talvez não sejamos menos
passíveis do que os outros:
é possível ver a raiva
sob o tapete)

entre todos

um: reflexo
amiudado em certezas.


A carreira em perseguido
insucesso.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Mazááá - "6º Cante uma Canção" - Pela Voz do Campo

6º Cante uma Canção em Vacaria
Vacaria

Intérprete: Lisandro Amaral


Amigos ventos já andavam bravos
calando antigos ancestrais e taitas
quando saltamos de guitarra e verso
trançando alma nos botões da gaita
se o barbicacho deste jeito antigo
firmou dos ventos nossos gens vaqueanos
tenho a certeza que não morreremos
na voz terrunha de um guri pampeano

Sobram rancheiras na cincha chamarritas
prendas bonitas molham corações
quando meu verso ganha céu e estrela
na luz da alma das tuas canções

Ganhei mais alma quando teus acordes
banharam puros simplesmente aos frutos
que plantamos livres para os que passaram
e cantar aos que ficaram ouvindo um canto esperança
e tudo que foi lembranças, rancheiras e chamarritas,
vaneiras toadas bonitas pra continuarmos à trança
de todo laço esperança que traz na armada a riqueza
e tenha a luz e a firmeza no olhar de cada criança

Por certo a noite feiticeira amiga
se fez luzeiro em algum pirilampo
cai o poema, oração e canto
missão guerreira pela voz do campo

Sobram rancheiras na cincha chamarritas
prendas bonitas molham corações
quando meu verso ganha céu e estrela
na luz da alma das tuas canções

BATALHA DO PULADOR - Passo Fundo

Encenação da Batalha do Pulador ocorrida em 27/06/1894 como parte da Revolução Federalista de 1893-1895, entre Republicanos (pica-paus) e Federalistas (maragatos). No dia 27 de junho de 1894, na localidade chamada Pulador(hoje distrito de Passo Fundo - RS), cerca de 4.500 homens entraram em violento combate, que perdurou por seis horas com grande número de baixas de ambas as partes, terminando com pica-paus e maragatos, já sem munição, brigando "à unha".

PARTE 01


PARTE 02

SHOW Marco Pires & Raineri Laufer

Show dia 29/10 no Jantar de integração dos grupos de danças adulto do CTG Os Teatinos e do DTG Estância de São Pedro na sede do CTG Os Teatinos às 20hs, ingreços limitados com os componentes dos grupos R$ 10,00

Baita abraço gaúchada.

Trabalho em COURO CRU

A dica de hoje é sobre um trabalho artesanal em couro cru, o nome do vivente é Waldir Quevedo de Viamão e seus trabalhos estão disponíveis pelo blog www.waldirquevedo.blogspot.com.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Gaúchos de Brasília no GUINESS BOOK

Grupo de gaúchos que mora em Brasília pretende entrar para o livro dos recordes com o maior chimarrão do mundo.


terça-feira, 19 de outubro de 2010

CHOVER

Mais um baita regalo desse mestre da poesia. Gracias pela parceria.

por Pedro Du Bois

Sou a sede
a fome
a garra com que o pássaro
retira d’água o peixe
que se oferece
em superfícies

na profundeza
o abismo se fecha
na escuridão do tempo
naufragado

minha fome se completa
minha sede busca a gota
terminal dos ares.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Campanha por música gaúcha em novela da Globo

No blog do cantor Joca Martins:

Caros mateadores aqui do blog, está lançada no twitter a campanha #musicagauchanaaraguaia !!! O pessoal tá twittando com todo força!!!

É só entrar no www.twitter.com e “atracá” #musicagauchanaaraguaia, dizer que apoia e tá feito! O repórter Giovani Grizotti da RBS, está apoiando a campanha e mandou mail pro diretor da novela (Araguaia) !!!

Aí que eu me refiro!!! Todo mundo convidado pra fazer pressão!!!

Meu twitter é www.twitter.com/jocacantor

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Charlas com Tostado

por Paulo Mendes

O Tostado tinha um pelo lisinho, brilhante, sedoso, acho que de tanta alfafa e milho que eu lhe dava. Sempre me olhava com aqueles enormes olhos pretos, às vezes parecia rir. Uma vez, só uma, depois de um dia inteiro puxando a carroça, cansado, me pareceu que estivesse chorando, o coitado. Eu me abracei ao seu pescoço, beijei-o na cabeça, mas de nada adiantou. Ele me olhou de uma forma tão triste que parecia escorrerem lágrimas das suas grandes vistas cansadas. Então também chorei agarrado à tala suada daquele pescoço tão amigo. Disse para meu pai que o Tostado não podia ser tão exigido. "É, cavalo veio ao mundo pra trabalhar", ele me respondeu.

Pra mim, o pai estava errado. O Tostado não era bicho, era gente como eu e ele. Eu sabia que tinha sentimentos, havia alma debaixo daquele couro. Na época, era meu único amigo e conversávamos por longas horas. Ele sabia tudo da minha vida e eu da dele. Nos entendíamos muito bem. Eu o pegava no potreiro em qualquer lugar, era mansinho, ficava pastando tranquilo. Quando eu chegava, com a corda na mão, levantava a cabeça e sorria pra mim. Eu perguntava: "Vamos trabalhar Tostado?". Por birra, chacoalhava a cabeça dizendo não. Que gaiato! Nos finais de semana, depois de fazer os temas de casa, eu pegava pelego e freio e saía devagar, até o grande cipreste, onde ele gostava de ficar à sombra. Primeiro enchia-o de carinhos, passava a mão pelo lombo, pelas crinas, fazia cócegas em sua barriga. Ele adorava. Depois, seguíamos ao passo até o mato das pitangas, por uma pequena e plana trilha no meio do campo verdejante. Eu me deitava em seu lombo e me deixava levar, sentindo o sol queimando na cara, o balanço do tranco... A vida era assim, nós dois na pradaria, a passarada cantando, o cheiro doce das pequenas flores machucadas pelos cascos...

Depois, lá na sanga, que corria cristalina por entre as pedras, o Tostado matava a sede. Eu também bebia. Depois me deitava de costas na grama, ouvindo o barulho da cascatinha e olhando para o céu missioneiro, azul, límpido, com as pequenas nuvens compondo desenhos. "Olha, Tostado, aquela parece uma ovelha, lá longe, a outra parece um elefante. Tu nunca viste um elefante, Tostado, não entende. Mas eu já vi num livro da escola..." Mais tarde voltávamos pra casa, felizes, como dois amigos.

Ah, Tostado, por que precisamos nos separar? Quando soube que estavas doente, corri ligeiro de volta pra casa, mas já era tarde. Estavas lá, estendido, ao lado do arroio, inchado, com os olhos abertos, a mirar a campina que amava... Será que morreste de saudade? Espere-me, meu cavalo, talvez um dia possamos nos encontrar de novo. E se essa ventura nos for concedida, vamos galopar de novo, juntos, pela eternidade...

Regalo foto: Roberto Santos
Regalo publicação: jornal Correio do Povo

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Curso de TIRO DE LAÇO

Mas que tal, até curso de tiro de laço agora, maizááá.
Tudo pela tradição.




II Rodeio Nacional CTG Querência de Nova Hartz

Dias 15 a 17 de outubro

+ de 20 mil reais em premiação

Programação campeira:

Sexta Feira 15 de outubro de 2010

16H: Laço Patrão/Capataz

17H:Vaca Gorda

Sábado 16 de outubro de 2010

7H30: Laço Individual

8H30:Raspadinha de Duplas

9H30: Laço Irmãos

11H: Laço Pai e Filho

11H30: Laço Senhor

14H: Laço Taça Cidade de Nova Hartz (premiação R$ 2.000,00)

Se houver tempo raspadinha

Domingo 17 de outubro de 2010

7H30: Prova de Rédeas

Laço Vaqueano

Laço Veterano

Laço Prenda

Laço Piá e Guri

9H:Laço Duplas

Premiação Laço Duplas Força A

Uma Moto 0 km ou R$ 4.000,00

Premiação Laço Duplas Força B

1º lugar: R$ 1.000,00

2ºlugar: R$ 700,00

Premiação Laço Duplas Força C

1º lugar: R$ 500,00

2º lugar: R$ 300,00

16H: Vaca Parada

Nos intervalos Gineteada

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Cabo João lança o CD Bem de Campo

Cabo João (anteriormente João Fontoura) tem uma carreira longeva de compositor nativista, algumas vezes interrompida. É protagonista (como poeta e letrista) de discos importantíssimos como Motivos de Campo e Motivos de Campo Definitivo, além de parcerias como a que fez com Roberto Luçardo em Prosalonga. Agora, retorna ao universo artístico também como intérprete, tendo Nelcy Vargas na produção musical deste Bem de Campo. O resultado são arranjos inventivos para suas composições xucras e campeiras, numa mistura bem dosada.

Músicas:

1 - Bem de Campo
2 - Rua das Tropas
3 - Paisagens do Sul
4 - Azarão
5 - Gineteada em Vacaria
6 - Apenas Uma Carta
7 - Neste Sul do Mundo
8 - Estância Japeyú
9 - No Couro da Pampa
10 - De Ressaca
11 - Permisso
12 - Relato de Domador

Contato:
Site: http://www.cabojoao.blogspot.com
Email: cabojoao@gmail.com
Telefone: (55) 9959.7855

Regalo: P
ithan Pilchas ( http://pithanpilchas.blogspot.com )

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

CANÇÕES

Mais uma ótima colaboração da Tãnia para o Na Hora do Amargo, grande parceria.

por Tânia Du Bois

Pela passagem do dia da criança, lembro o grande nome na poesia infantil, marcante para as letras riograndenses e brasileiras, Mário Quintana, com seu livro Canções, de 1986, em edição comemorativa ao 80º aniversário de nascimento do autor, com ilustração de Noêmia Mourão. Segundo a Editora Globo, essa edição é fac-símile do volume Canções, publicado em 1946, onde preservadas as características originais.

O livro possui 35 poemas e seus versos são simples e livres: na valorização do cotidiano e do olhar infantil, em que a infância continua sendo o eixo. Segundo Guilhermino César, “Canções livro no qual o som é o elemento dominante do sistema encantatório."

CANÇÃO DE DOMINGO “Quem dança que não se dança?/ Que trança não se destrança? / O grito que voou mais alto / Foi um grito de criança. ////////... O céu estava na rua? / A rua estava no céu? / Mas o olhar mais azul / Foi ela quem me deu!” Essa canção, mais tarde foi musicada e gravada por Edu Lobo, ainda no tempo dos discos compactos de 45rpm.

Érico Veríssimo disse que Mário Quintana era um poeta que sabia ver o mundo como vêem os anjos, as fadas e que na verdade ele era um anjo disfarçado de homem.

O livro Canções é um conjunto de manifestações líricas, fluindo a emoção do instante, obtendo resultados artísticos ao por beleza e sublimidade nas coisas simples, como a CANÇÕES DO CHARCO “Uma estrelinha desnuda / Está brincando no charco. // Coaxa o sapo. E como coaxa! / Estrelinha dança em roda.” //... Uma estrelinha desnuda / dança e pula sobre o charco..."

Nas palavras de Miguel Sanches Neto, ”Quintana cola a sua poesia a pequenos fatos, buscando sempre a transcendência musical deles. É ainda o menino terno transfigurando o real pela poesia e pelo toque mágico."

Nesse livro, o poeta sustenta como base poética a livre manifestação artística, rompendo com a construção tradicional, sem prejuízo da coerência na produção literária, como podemos ver na CANÇÃO DE GAROA “Em cima do meu telhado / Pirulin lunin lunin, / um anjo, todo molhado, / soluça no seu flautim. //... E chove sem saber por quê... / E tudo foi sempre assim! / Parece que vou sofrer: Pirulin lunin lunin..."

Maria Dinorah escreveu que “este milagre é a literatura infantil no Rio Grande do Sul. Para assessorar a literatura dos pequenos, quem se animava a publicar livros infantis no torrão gaúcho? O grande Mário Quintana."

A Poesia Quintanares é crença imorredoura onde encontramos a poesia renascida e amada; ainda hoje, muito lida pelos pequenos e grandes leitores e pelos que começam a fazer literatura.

Novo CD "Marcelo Oliveira"

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Calendário de Eventos 2011 - 11ª RT

Outubro / 2010
02 e 03 – ELEÇÕES 1º TURNO
09 e 10 – SELETIVA PARA FECARS
08 e 09 - ABERTO DE ESPORTES DO MTG – (Canoas-12ªRT)
23 e 24 - CTG CIDADE VIDA
31 - ELEÇÕES 2º TURNO

Novembro / 2010
06 e 07 – TORNEIO DE LAÇO LAÇADORES DOS SENTINELA
13 e 14 – CTG SINUELO DA SERRA
20 e 21 - CTG SENTINELA DO VALE
19 a 21 - FINAL DO ENART (Santa Cruz do Sul)
20 - 11ª Mostra de Arte e Tradição Gaúcha - (Santa Cruz do Sul)
27 e 28 – RESERVA CTG LAÇO VELHO

Dezembro/ 2010
04 e 05 – RODEIO DE SÃO JORGE
11 e 12 – FESTA CAMPEIRA DO PARAI
18 e 19 – RODEIO DO GUABIJU
25 e 26 – ABERTO

Janeiro / 2011
01 e 02 – FESTA CAMPEIRA DE PROTASIO ALVES
08 e 09 – RESERVADO
08 e 09 - CONGRESSO TRADICIONALISTA (NOVA PETROPOLIS)
15 e 16 – RODEIO DE VERANOPOLIS ( CTG RINCÃO DA ROÇA REUNA)
22 e 23 – RODEIO DE GUAPORÉ ( CTG ULTIMA TROPEADA)
29 e 30 – RESERVA CTG CAMPO VELHO , TROPEIROS

Fevereiro / 2011
05 e 06 – FESTA CAMPEIRA DO CTG OS MARAGATOS
12 e 13 – RODEIO DE COTIPORÃ
19 e 20 – RODEIO DE FAGUNDES VARELA
26 e 27 – FESTA CAMPEIRA DE VISTA ALEGRE DO PRATA

Março / 2011
05 e 06 – RODEIO DE NOVA BASSANO
12 e 13 – RODEIO DE NOVA PRATA ( CTG QUERÊNCIA DO PRATA)
19 e 20 – RODEIO DE MONTAURI ( CTG QUERÊNCIA DO IMIGRANTE)
26 e 27 – RESERVA RODEIO DE GARIBALDI

Abril / 2011
02 e 03 – PL UNIÃO DE AMIGOS (NOVA PRATA)
09 e 10 – RODEIO DE NOVA ARAÇA
16 e 17 – RODEIO ARTÍSTICO DO CTG RETORNO A QUERÊNCIA (NOVA PRATA)
16 e 17 - TORNEIO DE LAÇO PL BARBICACHO SERRANO
23 e 24 – PASCOA

Maio / 2011
30 e 01 – LAÇO SERRA E CAMPO (VERANOPOLIS)
07 e 08 – TORNEIO DE LAÇO PL INVERNADA DO PRATA
14 e 15 – TORNEIO DE LAÇO PL CABANHA VÔ JOÃO
21 e 22 – RESERVA CTG PAISSANOS DA TRADIÇÃO

Revendo os Conceitos

por Rogério Bastos

Há algum tempo atrás, veio por meio da televisão uma bem produzida campanha publicitária de uma empresa de automóveis que usava uma frase dirigida àqueles que se surpreendem com as atitudes de seu semelhante ou com as modernidades. O comercial mostrava situações ou comportamentos que contrariavam posturas tradicionais e que chocavam um dos personagens da peça, onde o locutor dizia: “Está na hora de você rever seus conceitos”.

Mas quem precisa rever os conceitos? Quando que é preciso rever os conceitos? Quais e porque precisam ser revistos?

Na verdade, a vida é uma eterna revisão de conceitos, ou seja, precisamos rever nossos conceitos frequentemente, que impeça nossa obsolescência. Discordamos, não gostamos, mas não podemos ignorar as novidades que a vida social nos apresenta ou até mesmo impõe. Defender valores e princípios é nosso primado, mas temos que acompanhar de perto essas inovações. Dia desses, li uma reportagem onde dizia: “ podemos até nos lutar contra o novo conceito na tentativa de reverter aquela tendência, mas não podemos perder a capacidade de perceber quando a luta estiver perdida e que, se insistirmos em resistir, ficaremos a pregar no deserto.”

Ora, se desistirmos de lutar por nossos valores e princípios morais só por que surgiu uma nova tendência apresentada em massa pela mídia, o que deixaremos para nossos filhos? A reportagem dizia que conceitos e definições são elementos “pós-construidos”, ou seja, primeiro conhecemos o objeto ou o fato e, partindo da nossa observação, construímos o conceito ou a definição. Após a construção,o conceito ou definição, já não será mais “pós” e sim “pré”, pois visa conceituar ou definir objetos ou fatos posteriores. Teremos, diz a reportagem, um pré-conceito, ou na linguagem popular, preconceito. Insistir em velhos conceitos, diz, é ser preconceituoso.

Esse é um tipo de conceito que deve ser revisto. Não é preconceituoso aquele que se dedica a estruturar uma sociedade melhor para se viver, com respeito ao semelhante, na defesa de valores, chamado pelos mais modernos de “cafona”, mas que preservam elementos que não permitem a desintegração social. Temos que ter muito cuidado quando a proposta é romper com valores que sustentam uma sociedade, ou estaremos sujeitos a não conseguir repassar para a próxima geração aquele legado que recebemos de nossos antepassados.

Pois já dizia Barbosa Lessa : “ Se não quisermos colocar fora todo esforço cultural e transformar em experiência fracassada a busca de impedir a desintegração social, devemos ter um cuidado muito especial com duas grandes questões, que são: Assistência ao homem do campo e a atenção especial às novas gerações.”

Acredito que rever conceitos não é o fundamental, mas fazermos valer o que já existe é nosso real objetivo. Os objetivos são nossos rumos, as metas nossa motivação.

Regalo: MTG