sexta-feira, 30 de abril de 2010

PIADA: O faro do gaúcho

O gaúcho chega em uma churrascaria em São Paulo, senta e, indignado, chama o garçom:

- Mas bah! Na minha terra não tem essa história de cardápio. A gente escolhe a carne cheirando a faca do assador.

O garçom (paulista) deu um sorriso irônico, mas como não queria perder o cliente o atendeu a caráter.

O garçom se dirigiu ao assador da carne, pegou sua faca que tinha acabado de cortar um cupim e levo-a ao gaúcho.

O gaúcho pegou a faca, colocou-a em frente de seu nariz e exclamou:

- Bah! Esse cupim está maravilhoso, me traz um pedaço.

O garçom, assustado, serviu o gaúcho e, logo após, buscou a faca utilizada para cortar a costela e deu para o gaúcho.

O mesmo exclamou:

- Bah! Essa costela está no ponto, pode trazer.

O garçom, louco da vida com o gaúcho, buscou uma faca e pediu para a mulher:

- Teresa, passa a mão na perereca e depois esfregue-a nesta faca.

Dito e feito, o garçom pegou a faca e entregou para o gaúcho. Ele colocou-a em frente de seu nariz, suspirou e disse:

- Mas bah! Como esse mundo é pequeno, tchê. A Teresa trabalha aqui?

Novo trabalho da dupla César Oliveira e Rogério Mello

Definida também a capa para o novo disco da dupla nativista mais famosa do Rio Grande do Sul, o disco irá se chamar "Cantiga para o meu chão" e a arte foi produzida pelo designer Célio Oliveira.

O processo de gravação do disco já foi totalmente finalizado junto com a ACIT e está passando por ajustes finais de mixagem, o disco contará com 15 faixas, sendo 13 inéditas e 2 regravações do folclore Argentino.

Este novo trabalho com certeza chegará para fortalecer ainda mais o cenário cultural rio-grandense, como tem acontecido em todos os seus álbuns (8 como dupla, mais 5 como cantores solo).

ATUAIS CANDIDATURAS AO MTG 2011

Bueno, esse esquema de candidatura a presidência do Movimento Tradicionalista Gaúcho está começando a pegar fogo, iniciamos com o atual conselheiro do movimento sr. "Fábio Mattos" que deixou seu nome a disposição, logo após é a vez do coordenador da 1ª região tradicionalista, sr. "César Tomazzini" a lançar sua candidatura, com todo o apoio de sua região. E por fim essa semana é a vez do sr. "Erival Bertolini" ex-coordenador da 13ª região tradicionalista e atual conselheiro do movimento.

Fábio e César afirmaram ao blog roda de chimarrão que são de "oposição ao atual mandato" do movimento liderado pelo sr. Oscar Gress, já Erival em sua primeira nota diz que "não é nem de situação e nem de oposição", e ainda ressalta que não pretende envolver a imprensa em sua candidatura.

Frase do candidato:
Os problemas e as dificuldades do MTG interessam aos tradicionalistas e não a aqueles que desejam somente “ver o circo pegar fogo”.

É sr. Erival, venho apartir desta postagem me juntar aos demais companheiros de imprensa e salientar que o movimento está precisando de pessoas que queiram trabalhar em conjunto com os tradicionalistas e não de forma independente e autoritária como alguns companheiros insistem em fazer.

Respeito toda sua tragetória inquestionável dentro do movimento, mas sinceramente, essa forma não é a forma mais viável de manter uma candidatura de tão grande porte.

NOVAMENTE DEU PIRISCA NO AÇORIANOS

Mazááá novamente deu Pirisca na cabeça e agora em Dose Dupla no Prêmio Açorianos.
No gênero regional Pirisca conquistou "Melhor Álbum" com o disco Comparsa Elétrica e pra fechar com chave de ouro ainda veio o regalo de "Melhor Intérprete".
Parabéns parceiro, principalmente pela dedicação e excelence artista que você é.
Abraço.

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Vencedores do Prêmio Açorianos de Música

GÊNERO REGIONAL ->

-Disco: Comparsa Elétrica de Pirisca Grecco
-Compositor: Érlon Péricles (Rio Grande Tchê, de Elton Saldanha)
-Intérprete: Pirisca Grecco (Comparsa Elétrica)
-Instrumentista: Luciano Maia (Encomenda, de Luciano Maia e Quarteto Riograndense

MPB ->
-Compositor: Gelson Oliveira (Tridimensional)
-Intérprete: Juliano Barreto (Canto Prometido)
-Instrumentista: Paulinho Fagundes (Canto Prometido, de Juliano Barreto)
-Disco: Cidade Baixa, de Fausto Prado e Caetano Silveira

BLUES / JAZZ ->
-Compositor: Oly Jr. (Milonga Blues)
-Intérprete: Oly Jr. (Milonga Blues)
-Instrumentista: Daniel Rosa (Viajero de Daniel JazzTrip)
-Disco: Milonga Blues de Oly Jr.

ERUDITO ->
-Compositor: Dimitri Cervo (Série Brasil 2010)
-Intérprete: Cármelo de Los Santos por (Sonatas Brasileiras, de Cármelo de Los Santos e Ney Fialkow)
-Instrumentista: Adriano Persch (Quinteto Persch)
-Disco: Sonatas Brasileiras de Cármelo de Los Santos e Ney Fialkow

RAP ->
-Compositor: AJ 04 (Só Deus Pode Nos Julgar, de CNBoys)
-Intérprete: Tchano (Pros Manos e pras Minas, de Novament´s)
-Disco: Pros Manos e pras Minas de Novament´s

INSTRUMENTAL ->
-Compositor: Maurício Marques (Milongaço)
-Instrumentista: Maurício Marques (Milongaço)
-Disco: Bah, de Quartchêto

POP / ROCK ->
-Compositor: Léo Ferlauto (Simples—mente)
-Intérprete: Duca Leindecker (Ao Vivo em Porto Alegre, de Pouca Vogal)
-Instrumentista: Duca Leindecker (Ao Vivo em Porto Alegre, de Pouca Vogal)
-Disco: Simples—mente de Léo Ferlauto

DISCO DO ANO ->
Bah, de Quartchêto

ESPETÁCULO DO ANO ->

Canto Prometido, de Juliano Barreto

DVD DO ANO ->
Autorretrato, de Kleiton & Kledir

MELHOR DISCO INFANTIL ->
As Aventuras de Manoelito o Palhacinho, de Jottagá

ARRANJADOR ->
Toneco da Costa (Inverno)

PRODUTOR MUSICAL ->
Gelson Oliveira (Ziringuindim, de Zilah Machado)

PRODUTOR GRÁFICO ->
Noz.Art e Mateus Grimm (Bah, de Quartchêto)

PRODUTOR EXECUTIVO ->

Márcio Gobatto por Cidade Baixa de Fausto Prado e Caetano Silveira.

REVELAÇÃO ->
Filipe Catto (Saga)

Regalo: Blog da Tânia Goulart e Blog do Pirisca

ENTREVISTA com a cantora nativista NINA FRANÇA

Quando descobriste a música em tua vida?
NINA: Fui criada no CTG, dançando nas invernadas, participando das atividades e naturalmente comecei a cantar representando a entidade em rodeios. De forma simples,busquei instrução me atualizando sempre e a musica passou a fazer parte da minha vida, pra agora ser a parte maior.

Onde foi tua primeira apresentação?
NINA: Guardo pra mim, muitos rodeios que participei como solista vocal, mas o ponto de referencia inicial de apresentação foi a XVIII Californa Petiça de Uruguaiana em 2005. Onde realmente tive certeza de que no palco era onde eu sempre quis estar. Inclusive me perguntando onde eu havia estado até aquele momento, se o que eu queria estava ali.

Qual é o papel da tua família na tua carreira?
NINA: Papel fundamental, de esteio. Somos uma família Missioneira, com valores forjados de lutas e dignidade, sempre repassados de pai pra filho. Isto torna minha família o meu maior ponto de referencia, e que sem ela jamais seria a pessoa e a profissional que sou.

O que representa o Nativismo pra ti?
NINA: Nativismo significa vida, minha vida. Não estilo de vida, pois penso que nascemos nativos. O movimento nativista é cultural que diferencia cada povo. Nos remete sempre as nossas raízes e o comprometimento com o futuro em cultuar nossas tradições.

Quais as maiores dificuldades na sua carreira?
NINA: A musica nativista, continua sendo um universo muito masculino, simbolizado no Cavaleiro dos Pampas. Por isto o cantar feminino no nativismo tem grandes dificuldades, barreiras comportamentais e históricas, sendo os espaços de divulgação e parcerias muito restritos.

Quais foram e são suas influências musicais?
NINA: O convívio com Raul Quiroga (Uruguaio), e a participação no Grupo Americanto, me reportaram muito a minha raiz Missioneira e as raizes da nossa musicalidade, nos ritmos latinos, como: candomblés, zambas, chacareras, chamames, Rasguidos. Sendo de grande influencia na nossa musica gaúcha. Nas obras de Noel Guarani, Mercedes Sosa, Teresa Parodi, Rubem da Patagonia, Luis Carlos Borges,Pirisca Greco, Jaime Caetano Braun, Vaine Darte, Pepe Guerra e tantos outros.

E o Projeto Noite Musiqueira?
NINA: Bueno, o projeto noite musiqueira é a minha contribuição para com a renovação do movimento tradicionalista, a nossa cultura para o futuro, resgatando as noites já vividas nas estâncias onde peões e patrões mateavam depois da recolhida expressando seus amores suas lutas diárias através de canções e versos.propiciando nos dias de hoje estas noites aos talentos amadores e aos nomes consagrados um espaço com estrutura para mostrarem seus trabalhos, trazendo novamente o jovem num ambiente descontraído.

Quem é a Nina França fora dos palcos?
NINA: Creio que hoje, sou inteiramente musical. Sendo minha carreira minha vida, sou sempre eu mesma, me alimento de musica, respiro musica, num aprendizado continuo.

Shana Müller - Show de lançamento do CD

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Dicas de um Profissional na Hora da Compra

por Jango Salgado
2 x vice Campeão Mundial de Rédeas
9 x Campeão Brasileiro de Rédeas

Quando vamos visitar um criador ou procuramos comprar um animal num leilão, existem alguns detalhes que podem facilitar nossa escolha, quando sabemos exatamente o que queremos.
Vou dividir em itens para facilitar:

- Linhagem - qual é o tipo de prova desejada, pois através de cruzamentos comprovados naquela determinada modalidade, já passamos por uma bela peneirada!

- Sexo:

Garanhão - podemos procurar um potro com potencial para se tornar um garanhão, caso isso seja comprovado através de sua linhagem, conformação e performance.Se você é um criador ou pretende criar, é importante lembrar que existem vários bons garanhões em atividade, para entrar no mercado de venda de coberturas, realmente necessitamos um animal diferenciado.

Fêmea - optando por uma potra, precisamos que da mesma forma que o potro no exemplo acima, através de sua campanha, linhagem e conformação ganhe o direito de entrar na reprodução. No caso de uma égua de cria, gostaria que ela tivesse uma história para contar: performance dela e de seus descendentes, além de saber da constância da sua vida reprodutiva.

Castrado - quando optamos por um castrado, sabemos que sua única função será competição e/ou lazer.

Agora entrarei em pontos que na minha opinião são de extrema importância, mas que nem sempre temos a chance de verificar.

- Atitude:
Quando olhamos um grupo de animais em liberdade, poderemos observar dois extremos que são bem definidos:

Existirá um líder, que é aquele que normalmente come mais que os outros, escolhe o lugar onde quer ficar e intimida todos os demais animais do grupo.

Assim como o outro lado da moeda, existirá um animal super submisso, que aceita o que é imposto pelo grupo, vai comer o que sobrar e ficará no lugar que lhe for determinado.

Se continuarmos observando, veremos que é uma escada que vai do mais submisso até chegarmos ao líder.

Normalmente o animal mais submisso será mais fácil de ser trabalhado, dócil e não questionará o que lhe for colocado, ao passo que o líder, questionará muito mais o treinamento e certamente terá que ser convencido a executar os movimentos, pois afinal de contas ele é o líder!

O nível de equitação e temperamento do futuro comprador(a), vão determinar se devemos escolher o animal do começo ou final da escada.

Caso o interessado seja um principiante ou amador, aconselho que fiquemos com o começo da escada, pois serão animais mais fáceis de treinar e apresentar, consequentemente animais que talvez nunca vão marcar uma nota alta, mas serão constantes e honestos dentro da pista.

Se queremos um animal para disputar provas na categoria aberta (profissional), sabemos que será um animal que terá um grau de exigência maior, uma vez que as provas serão mais concorridas, onde teremos que marcar boas notas para disputar a ponta, logo vamos escolher do meio da escada para cima.

Pessoalmente busco um animal que seja dócil, tenha boa vontade para receber o treinamento, mas tenha faísca no momento que preciso de algo mais!

Aqui entra mais um detalhe importante referente a atitude,dependendo da modalidade do nosso interesse:


Quando praticamos a prova de rédeas, buscamos um animal que seja mais ligado ao cavaleiro que as coisas que acontecem fora da pista, uma vez que
ele estará atendendo nossos comandos sem nenhum estímulo ou referência externa.

Se nossa escolha for voltada para provas como laço ou apartação, estaremos buscando um animal que esteja atento as coisas a sua volta, pois através do estímulo e movimentação do boi é que ele desenvolverá sua performance.

Regalo: www.cavalocompleto.com.br


terça-feira, 27 de abril de 2010

Cara de Palhaço

por Paulo Santana

Canso de me perquirir sobre por que razão tenho de pagar preços mais altos do que os outros.

Nos últimos anos, estou cansado de saber que a cesta básica mais cara do Brasil é a daqui onde moramos. Ninguém paga mais do que nós, gaúchos, pela cesta básica em todo o Brasil. Por quê? Quem é que me decifra, sem tergiversações, este enigma?

*

Da mesma forma, por que os imóveis aqui em Porto Alegre são os mais caros de todo o Brasil, ninguém decifra.

O meu azar é que moro exatamente aqui. Se a cesta básica daqui é a mais cara do Brasil, por lógica todos os alimentos que ingerimos aqui são os mais caros do Brasil.

E se os imóveis daqui são os mais caros do Brasil, então os aluguéis e as taxas de condomínio seguem o mesmo ritmo.

E, por azar, eu moro aqui. Por que será?

Há séculos pergunto e não encontro resposta definitiva, a não ser algumas hesitantes.

E, por azar, eu e meus leitores moramos aqui.

*

Agora mesmo o leitor Guilherme Sarda manda me dizer que todos os postos de gasolina de Florianópolis cobram em torno de R$ 2,29 pelo preço da gasolina comum. E me manda as notas comprovantes desse preço.

Aqui em Porto Alegre, o preço é de R$ 2,59 por litro. Por que a gasolina custa 30 centavos de real mais caro em Porto Alegre do que em Florianópolis? Pergunta-se e ninguém responde?

Não há razão lógica e sólida para essa diferença.

E, no entanto, um tanque de gasolina, vejam só, custa R$ 18 a mais aqui em Porto Alegre do que em Santa Catarina. Um assalto!

E, em algumas cidades do interior gaúcho, um tanque custa quase R$ 30 a mais que em Santa Catarina.

R$ 30 a mais por tanque, isto é uma fortuna!

*

E os donos de postos de gasolina de Santa Catarina já têm lucro com aquele preço menor que cobram por lá.

O que está acontecendo afinal, a não ser esta cara de otário espoliado que faço sempre que entro nessa comparação?

*

O leitor Hélio Hettwer manda me dizer que o pedágio na BR-101, em Porto Belo, Santa Catarina, custa R$ 1,10. E ele pergunta: “Que palhaçada é esta de nos cobrarem nas praças de pedágios do Rio Grande do Sul cinco vezes mais que lá? Os pedágios daqui custam no mínimo R$ 6 e lá saem por R$ 1,10. Que palhaçada é esta?”.

Exatamente. Nós, gaúchos, somos uns palhaços.

*

Evidentemente que essa diferença nos preços dos combustíveis daqui para SC influi tremendamente no desenvolvimento do nosso Estado.

E eu moro aqui, os meus leitores moram aqui. São todos eles, todos nós, vítimas dessa espoliação.

Não é um azar nosso?

Por que será que estoura sempre em nós?

NOITE MUSIQUEIRA - 28/04

O PROJETO - NOITE MUSIQUEIRA

Que coisa buena hoje acordar com o sol louco de especial aqui na serra... Levanto, cevo um mate e ouço um rasguito-doble pra começar o dia com o pé direito. Melhor que isso só começando com o pé esquerdo mesmo, alçando a perna pro lombo do cavalo. Opapapa.

Mas tchê, por esses dias eu cometi uma gauchada daquelas, mas sabe né, como dizem por ai, vergonha mesmo é roubar e não poder carregar, o resto é bobagem.... Bueno, voltando no que interessa então, tinha um email da Nina França desde o início de março e só fui conferir agora, no final de abril.

Coisa que eu não gosto é deixar o pessoal na mão, sem resposta, mas antes tarde do que nunca né. Me redimi a tempo. Email respondido e minha caixa de entrada já está cheia de materiais desta ótima cantora que vem surgindo e crescendo no meio nativista de modo surpreendente nos últimos anos, mas sobre ela vou escrever depois, agora vamos prosear um pouco sobre esse projeto chamado "Noite Musiqueira" que Nina vem liderando na cidade de Novo Hamburgo e que por sinal vem dando certo por demais, sempre com o intuito de resgatar a música nativista de fato.

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UM POUCO MAIS SOBRE O PROJETO "NOITE MUSIQUEIRA"

O gaucho não vive só. Desde a formação do nosso povo gaucho, sempre existiu esta necessidade em reunirem-se, isto desde que se forjou o tipo étnico e social do cavaleiro dos pampas e coxilhas, fruto das três Pátrias irmãs, Argentina, Brasil e Uruguai. Após a recolhida da tropilha e das lidas campeiras, ja se viviam noites musiqueiras nos galpões das estâncias, junto ao fogo de chão se formava uma roda com patrões e peões, comungando do mesmo mate, Através de canções, danças, poesias, pajadas e trovas, cantavam e contavam nossa historia, suas façanhas, seus anseios e seus amores.


Este Projeto busca resgatar estas noites musiqueiras em nosso meio urbano nos tempos de agora, trazendo nosso sentimento mais puro em cultuar nossas tradições e o compromisso que temos com o futuro em difundir e perpetuar nossos costumes e valores. Idealizado e promovido pela cantora nativista Nina França, com o apoio de muitos amigos, foi movida pela própria ânsia de reviver momentos magicos reunindo no mesmo espaço todas expressões de nossa cultura gaucha. Possibilitando tambem que a sociedade de todos segmentos conheçam uma geração de obras, que contribuíram para formação de nossas raízes culturais e a riqueza do cenário artístico e cultural do estado.

Quantas emoções duradouras você pode associar a um fato cultural, quantas histórias, imagens e sons marcaram sua alma de descobertas, construíram sua personalidade, seu orgulho de pertencer a um tempo, um lugar, um povo, uma raça? Apoiando a cultura, você resgata uma dívida íntima, tornando melhor o seu País, e continua a tecer o nó da nossa história e da nossa cultura. Nossa quinta feira é fixa no Galpão Nativo na Pedro Adams Filho 4517 em Novo Hamburgo dedes 2009. Sendo agora tambem itinerante para fazer parte de seus eventos, num espetáculo com nomes consagrados da nossa música e talentos indicados de sua região, em CTGs, Rodeios, Cabanhas, abrilhantando mais ainda o seu evento.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

8º LAÇO SERRA E CAMPO - Veranópolis

Luiz Carlos Borges e o Chamamé


Luiz Carlos Borges e o chamamé, uma identificação que vem desde a infância

O compositor Luiz Carlos Borges, conta que sua identificação com o chamamé começou na infância, no interior de Santo Ângelo e São Luiz Gonzaga, e foi estimulada por seu pai, que apreciava ouvir música folclórica argentina pelo rádio. Aos seis anos, Borges decidiu que ia ser acordeonista e começou a freqüentar uma escola de música.

- Nunca esqueci aquele som ouvido no rádio. Aquilo entrou na minha cabeça e qualquer som que não fosse da costa do Rio Uruguai ou caipira eu estranhava.

Na vida de Borges, o chamamé foi motivo para duas fugas. Aos 14 anos, pela primeira vez, cruzou o Rio Uruguai sozinho para assistir a um festival de chamamé em Santo Tomé, na fronteira com São Borja. Dois anos depois, também como "fugitivo", foi ao festival de San Inácio, na Argentina, onde um amigo o apresentou para o acordeonista Ernesto Montiel, um dos mitos sagrados do chamamé argentino. O encontro marcaria para sempre sua vida artística:

- Naquela época, eu sabia tocar uns 400 chamamés e lembro que toquei um para o Montiel. Ao final da execução, ele disse: "Este brasileiro está autorizado a tocar chamamé".

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UM POUCO MAIS SOBRE LUIZ CARLOS BORGES:

Nascido em na cidade de Santo Ângelo no dia 25 de março de 1953, é instrumentista, compositor e intérprete, vem sendo considerado um dos principais nomes da música regional do Rio Grande do Sul, participou e venceu diversos festivais.

Luiz Carlos Borges seguiu carreira alicerçando seus conhecimentos no Curso Superior de Música. Em 1980, formou-se em música pela Universidade Federal de Santa Maria e assumiu a direção do Centro Cultural Municipal e Biblioteca Pública daquela cidade. Ainda em 1980, gravou seu primeiro LP individual "Tropa de Osso", em 1982 gravou seu segundo LP individual, chamado "Noites, Penas e Guitarra".


Teve a honra de participar do último album da cantora "Mercedes Sosa" lançado em 2009, alguns meses antes de sua morte. O album leva o nume de "Cantora" e a faixa da parceria chama-se "Misionera".

Projeto Entrevero Musical com o Melhor Dueto Rio-Grandense da Atualidade


Cavalo Crioulo: "Bocal" - Disputa no Barro

Prova da raça crioula realizada ontem, em Esteio, aponta oito classificados para a final na Expointer
Como se fosse um cavalo de corrida que salta à frente na largada e não perde mais a dianteira até a chegada, o potro Haragano da Boa Vista, da Cabanha Marupá, confirmou ontem uma vitória de ponta a ponta no 11º Bocal de Ouro. Liderando a competição desde a primeira das oito provas funcionais, na sexta-feira, o exemplar da raça crioula selou o favoritismo nas três provas da manhã de ontem, no Parque Assis Brasil, em Esteio.

As etapas finais foram marcadas pela pista embarrada depois da chuva de sábado. Segundo o jurado José Francisco Moura, isso aumentou o nível de exigência e valorizou o preparo físico e técnico dos concorrentes. É o caso de Haragano. Aos oito anos de idade, passou por três anos de treinamento antes de iniciar sua trajetória como animal de provas funcionais.

– Sabíamos do potencial, é um cavalo em que apostamos muito – afirma o ginete Lindor Collares.

E é justamente a preparação que também explica o êxito da égua vencedora do Bocal entre as fêmeas: JLS Formosa, das cabanhas La Passion e Villa Matarazzo. Com cinco anos de idade, a égua vem de apenas um ano de treinamentos. Mas foi favorecida por ter sido utilizada no serviço de campo, segundo o ginete Daniel Teixeira.

Vencedores da prova que reúne apenas equinos estreantes no circuito do Freio de Ouro, Haragano da Boa Vista e JLS Formosa também garantiram vaga nas finais da competição, em agosto, na Expointer, ao lado dos outros três primeiros colocados entre machos e fêmeas.

De olho no Freio de Ouro, os proprietários dos vencedores devem concentrar esforços nos treinos.

– Vamos intensificar a preparação para aumentar nossas chances – diz Luiz Martins Bastos Neto, irmão do dono de JLS Formosa.

Roberto Scheid planeja uma carreira curta para Haragano caso ele vença a prova máxima da raça crioula:

– Aposentado, vai virar reprodutor.

A próxima classificatória para as finais do Freio ocorrem entre 1º e 2 de maio, em Montevidéu, no Uruguai.

Regalo: Zero Hora

A orquestra vai ao parque

Milhares de pessoas prestigiaram a apresentação que contou com Yamandu Costa e Borghettinho
A chuva do final de semana deu uma trégua especial na manhã de ontem. Foi sob a luz do sol que a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre dividiu o palco montado no parque da Redenção com o violonista Yamandu Costa e o acordeonista Borghettinho, em um concerto popular que reuniu milhares de pessoas.

A sombra das árvores em torno do chafariz da Redenção serviu de refúgio para o breve calor que antecedeu mais um período de chuva na Capital. O público se deslocou até o local para prestigiar o concerto carregando o famoso kit “térmica e cuia de chimarrão” e trajando os uniformes colorado e tricolor: o típico cenário de um domingo de Gre-Nal.

O concerto começou às 11h com a execução da obra O Mio Babbino Caro, de Giacomo Puccini, que emocionou o público e o maestro Manfredo Schmiedt, que agradeceu os aplausos.

– É para isso que a Ospa serve: fazer música para o nosso público gaúcho – afirmou.

Após duas horas de show e nove obras, os músicos da Ospa, Yamandu e Borghettinho finalizaram o espetáculo com o Canto Alegretense e o Hino Rio-Grandense, cantados com o público.

– Esse concerto serve para desmistificar a ideia elitizada que se tem da orquestra. Queremos quebrar esse tipo de rótulo, até porque a música erudita exerce muita influência na própria música popular – explicou o maestro Manfredo, após a apresentação.

Enquanto Yamandu apresentou com a Ospa a obra Fantasia Popular para Violão de 7 Cordas e Orquestra, trabalho que homenageia Radamés Gnatalli, Baden Powell e Tom Jobim, Borghettinho tocou canções como Mercedita, KM 11 e Milonga para as Missões com a orquestra e afirmou que o evento foi muito especial.

– Tocar com uma orquestra é muito emocionante não só para o público como para nós também. Eu cresci no entorno da Redenção. Então, para mim, foi como se estivesse tocando no quintal de casa – disse Borghettinho.

O show foi uma realização da Ospa, do governo do Estado e da Souza Cruz, que completou 107 anos.

Regalo: Zero Hora

Senhora, observe à sua volta e se revolte

por Pedro Du Bois

Senhora de todas as horas,

refrão e canto; silêncio e hora
decorrida; na apresentação
mesquinha se diga revelada.

Em todos os balcões de bares,
senhora, em todos os caixas
de supermercados e nas filas
de ônibus, induza o espírito
ao retorno: como alimentar
corpos naturalmente expostos?

Senhora de todos os gostos, na hora
que é nossa em pertencer ao estado,
observe à sua volta e se revolte.

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Poema este que relata dois episódios lamentáveis ocorridos mês passado aqui no Rio Grande do Sul, um deles, é a lesão corporal grave, ou como alguns ainda defendem, a tentativa de homicidio onde o réu estaciona seu carro em local "restrito para cadeirantes", quando a vitima, pai de uma cadeirante assiste tudo e vai pedir satisfação ao rapaz. A discussão vai do estacionamento até a entrada do mercado, quando o réu pega uma barra de ferro e dá na cabeça da vítima, que imediatamente entra em coma.
O outro episódio é a morte de um menino, vítima de choque quando esperava o ônibus numa parada em Porto Alegre, as autoridades já tinham sido avisadas que a mesma estava dando choques nas pessoas, mesmo assim eles sequer isolaram a área, lamentavemente, não tomando nenhuma iniciativa. Mais uma vez a desconsideração pela população e mais uma vez um inocente sendo vítima fatal.

REPORTAGEM DO DAVID COIMBRA REFERENTE AO CASO:
PARA UMA MÃE QUE CHORA!

domingo, 25 de abril de 2010

Nova chapa de oposição a presidência do MTG

Depois do Conselheiro do MTG "Fábio Mattos" lançar sua candidatura de oposição ao atual presidente "Oscar Gress", agora é a vez do coordenador da 1ª região tradicionalista "Cesar Tomazzini" fazer o mesmo, inclusive como outro candidato de oposição.

Pelo jeito ta feio de ver o brique, a imagem do Gress está cada vez mais queimada. diante os tradicionalistas. Será que ele terá forças para bater de frente com esses 2 novos candidatos de oposição?

Agora vamos assistir a peleia de camarote.

(Abaixo texto publicado por Tomazzini referente a candidatura do MTG)

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por Cesar J Tomazzini Liscano
Coordenador da 1ª Região Tradicionalista

Decidi, ouvidas muitas manifestações de companheiros nossos, lançar a candidatura à Presidência do MTG. Somos oposição ao atual grupo diretivo que vem se perpetuando...

Precisamos fazer uma "RETOMADA DA CREDIBILIDADE", tão necessária ao nosso Movimento Tradicionalista Gaúcho, num dos mais conturbados momentos pelo qual passa. Um clima de insatisfação tem granjeado espaço entre nós, com noticiários de fatos envolvendo dirigentes que deveriam ser os primeiros interessados em dar o exemplo e que não estão sendo bem esclarecidos. Precisamos consolidar a consciência tradicionalista em cada um dos tradicionalistas seguidores do Movimento.

A tradição da confiança estabelecida através da responsabilidade, da palavra empenhada, da confiança de pai para filho e da responsabilidade do juramento sobre a Carta de Princípios, que, infelizmente, alguns têm esquecido. Todas estas atitudes que pregamos devemos praticar todo o dia, como exemplo, pois isto é o que tornou o MTG uma instituição sólida, alicerçada na moral e bons costumes.

Este Movimento, com representação nos quatro cantos do planeta e que dá modelo à sociedade por se manter inabalável ao longo dos seus 43 anos, precisa manter a honradez, o bom nome e a respeitabilidade que há muito lhe é creditado, pelo importante trabalho de congregação dos multiplicadores do culto à tradição gaúcha, servindo, assim, de baluarte no compromisso de perpetuação da cultura e da nossa história através dos tempos. Este é um compromisso e um fardo muito grande que exige uma estrutura sólida em pensamentos e ações corretas que visem objetivos bem planejados.

O gerenciamento do MTG tem que ser fiel ao nome Movimento, seguir em frente sem paradas e retomadas, por isso não pensamos em "zerar tudo" e recomeçar. Pensamos em dar prosseguimento ao que foi pensado na criação do Movimento, olhando para frente, sem deixar que se desvie, usando como rédeas a Carta de Princípios e os documentos basilares. Entretanto, entendemos que deva ser gerenciado como uma empresa e que precisa ser administrada com determinação focada no objetivo do que é oferecido e no respeito e cumprimento às suas diretrizes e princípios.

Passadas as etapas iniciais necessárias para o planejamento desta caminhada até a Presidência do MTG, ouvidos alguns companheiros preocupados como nós com os rumos do Movimento, hoje podemos dizer que já estamos seguros do que precisamos e do que queremos para o Movimento. Decidimos, por isso, lançar a nossa candidatura à Presidência do MTG. Digo nossa, porque é um anseio e a oportunidade da 1ª Região.

Não só pelo fator local, mas, também, pelo fato do potencial que a 1ª Região tem e pode, em conjunto com as demais Regiões co-irmãs, contribuir em prol de um trabalho que possa recuperar e retomar a credibilidade. Impulsiona-nos nesta empreitada, pensar em tudo o que já foi feito pelos idealizadores do Movimento desde os seus primórdios, e tomar como base as idéias dos que estiveram à frente do MTG e traçaram suas metas e planejamentos estratégicos até 2015. A condição de ser o Coordenador e, nesta posição, estar entre as entidades e a direção central do MTG, nos possibilitou uma visão do que as regiões e entidades precisam para melhor desempenhar suas atividades-fim determinadas pelos regulamentos e estatutos.

Queremos, no entanto, que as patronagens tenham maior apoio e ajuda nas suas tarefas de transmitir cultura e pregar os bons costumes, algo que une a família e os amigos com o mesmo fim. Devemos entender que é isso que tornará o MTG inatingível em sua credibilidade. A situação privilegiada de estarmos junto à sede do MTG na capital, apesar da minha origem fronteiriça, de ter trabalhado das estâncias de Uruguaiana a setores de gestões institucionais e de gerenciamento bem como o apoio de muitos companheiros tradicionalistas, nos dá uma mobilização mais livre entre os diversos níveis do Poder Público, o que também é fator preponderante para uma boa administração.

Demoramos um pouco para lançar a candidatura por sermos detalhistas, metódicos e querer ouvir um número maior de companheiros, como estamos fazendo neste manifesto. Esperamos dos companheiros que concordam com o nosso pensamento, outras contribuições de orientação e apoio. O respaldo da nossa candidatura vem de bases importantes do nosso Movimento Tradicionalista, também preocupadas com a necessidade de Retomada da Credibilidade do MTG.

Depois de recebermos esse respaldo, reunimos os Vices e Subcoordenadores da 1ª Região para nos ajudarem a montar o ponto de partida, ouvindo pessoas mais antigas, ouvindo jovens e, a partir de agora querendo ouvir os Coordenadores, Conselheiros, Patrões das entidades e, enfim, o mundo tradicionalista interessados nessa Retomada da Credibilidade do MTG.

Colocamo-nos ao dispor de todos e pedimos sugestões e apoio, porque essa empreitada não é nada fácil.

Esteja conosco e nos ajude divulgando nossa proposta.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

"João Chagas Leite" canta "Ei Amigo" na RBS TV

Porque a Reculuta é Crioula

por Gaston Leão - outubro de 2006
(Presidente da Primeira Reculuta da Canção Crioula em 1982)

Pedras Brancas, hoje Guaíba, lugar de campos gadeiros, teve sua origem em tropeiros e tropas, charqueadas e matadouros, e nas lutas dos dez anos da Revolução Farroupilha.
Por isso entendemos que é muito simples explicar porque a Reculuta é crioula.
Se procurarmos em nossa ancestralidade veremos que:

- dos horizontes sem fim dos nossos campos nasceu o sentimento de LIBERDADE
- das potreadas e pastoreio, a CORAGEM
- do esquivo das aspas de ponta aguda, a DESTREZA
- das guerras em defesa do pago, a VALENTIA
- das lutas contra a opressão, o LENÇO COLORADO
- do sabor das aventuras e das arremetidas, a AUDÁCIA
- do mate que oferecemos, a HOSPITALIDADE
- dos nossos galpões, a SIMPLICIDADE
- do amadrinhador que nos defende, a SOLIDARIEDADE
- das emoções da lida, A FORÇA PARA OS IDEAIS
- das esporas cantadeiras e do rumor dos flecos do atirador, A NOSSA MÚSICA

Mil coisas podemos reculutar em nosso universo cultural de virtudes e valores que formou o gaúcho, e através deste elemento cultural que é a música, afirmamos nossa identidade, para que possamos ser respeitados como povo e saibamos respeitar a cultura de outros pagos irmãos.

Regalo: Blog Produto Cultural Gaúcho (César Cattani)

Ganhadores do ENART preparam CD

Já está em fase de gravação o primeiro trabalho da dupla nativista Anderson Oliveira e Tatiéli Bueno, ganhadores de títulos em modalidades individuais do ENART, em 2008. Há cinco anos participando de rodeios e festivais, a dupla irá apresentar canções inéditas e regravações neste primeiro disco. Ainda sem data prevista de lançamento, a obra está sendo financiada pelo Fundo de Apoio à Produção Artística e Cultural (Financiarte), da prefeitura de Caxias do Sul. Também foram premiados no Festival César Passarinho, onde defenderam a música “Tributo a César Passarinho” e levaram o 1º lugar como música Mais Popular e 2º lugar geral.

Regalo: Blog do MTG

"ESTAMIRA" - A interpretação da loucura



"Se o video não funcionar clique aqui"

Documentário produzido por Marcos Prado - 2000.


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por Gabriel Martins - abril de 2007

O estado de falsidade do ser humano é algo fascinante. Vem de uma necessidade de adaptação quase biológica, de comportamentos sociais arraigados, influenciados em menor ou maior quantidade pela mídia, política, “instinto de sobrevivência” ou até mesmo impulsos sexuais. Freud explica? Talvez seja da natureza da contemporaneidade a paixão pela imagem e pelo superficial; seja da perfeição da “linda vizinha” ao “amigo leal”, conceitos criados pelo Homem que nos conduzem no dia a dia e nos dizem que o importante são as relações cultivadas, por mais falsas que sejam. Para mim, Estamira, de Marcos Prado, é sobre isso. Estamira é enxergada e tratada - não só moralmente, mas fisicamente - como louca. Marcos Prado vai nos mostrar que a loucura é assim como tudo, um ponto de vista, no caso dela, um ponto de vista comum entre várias pessoas e que eu, concordando com o dele, discordo.

Estamira é uma mulher que trabalha (e trata isso com orgulho) em um lixão. É antes de tudo alguém que já sofreu diversos abusos e possui um olhar peculiar sobre a vida. Ela se irrita quando o assunto é Deus e se diz sábia, mostrando uma postura que pode ser facilmente confundida com arrogância. Não é. Estamira é um “lugar”, uma idéia, um estado de espírito onde o ser humano pode ser mais autêntico. É alheia ao mundo (o mundo dito “são”) e assim tenta estudá-lo, e por mais que o olhar fechado de fora tente trazê-la para o “real” (é preciso dar remédio a quem “sai da linha”?), o lado inconsciente continua martelando quase como um demônio trazendo de volta discursos embolados que fazem todo sentido. É a manifestação de um interior furioso nascido de um passado infeliz e sofrido, que somado a uma boa dose de “determinismo”, transforma Estamira na figura que é.

O lixão é a representação irônica e trágica da própria condição do homem. Para um olhar raso, é meramente uma imagem de contexto social de pobreza, mas para o grão do super-8 de Marcos Prado, é o lugar onde talvez se encontre a sua própria essência. A idéia de sobrevivência de Estamira nos lembra do quanto nos apegamos ao desnecessário, e como a sensação de prazer trazida por este nos tornou quase escravos do imediato. É a paixão pela imagem já dita antes, que nos torna um bando de desconhecidos buscando impressões sedutoras e fantásticas. Será preciso perdermos tudo (materialmente falando) para poder nos encontrarmos?

Estamira tem 3 filhas e um filho, todos bem criados e que guardam imenso amor por ela, apesar de alguns deles (especialmente o filho) divergir de opinião e enxergá-la com um olhar moldado por forte religiosidade, um ponto de vista claramente antagônico ao da mãe. Para ele, assim como para muitos brasileiros, a religião e a figura de Deus são conceitos intocáveis, tornando a visão “radical” de Estamira inaceitável. Fica claro que ele a enxerga como louca, apesar de o amor de filho ainda se mostrar presente. Estamira é como um desconforto, aquela pessoa que talvez o filho não quer que as pessoas vejam, principalmente nos seus acessos de raiva. Ainda assim, é interessante ver como as filhas (duas delas criadas longe de Estamira) conseguem enxergar a beleza dentro desse dragão furioso, um sentimento que pode vir a ser uma saudade ou um olhar do jovem de cabeça aberta, interessado em escutar um pouco. Estamira quer ser ouvida, algo que ela provavelmente não foi durante a vida toda. É um acúmulo de frustrações que trazem à tona pensamentos tão honestos e nervosos que para o ouvido desatento soa apenas como delírio. É outra coisa que o filme nos lembra: precisamos escutar mais. E Estamira vai repetir as suas idéias e neologismos até conseguir ser tratada com o respeito que merece, sem a definição pré-conceituosa de louca, velha e pobre. A voz de Estamira é uma resposta à negligência social que cometemos dia-a-dia: sabemos dessa crua realidade pois vemos todos os dias no jornal, mas é muito mais confortável pensar no churrasco de domingo, na promoção, no emprego e no novo celular . É o lixo que vira descuido.

Visualmente, Estamira é uma encenação real do apocalipse. É o sol que se mistura com o fogo, com o grão, com o lixo, resto e descuido. É um filme pintado pela natureza, no caso, a humana. É uma arte do descartado, e os outros trabalhadores do lixão fazem parte desse cenário ativo e invasor, que preferimos esquecer. O plano final do filme é um daqueles momentos em que a natureza conspira a favor do cinema, não só encerrando a orquestra do Fim, como ilustrando ali mesmo tudo que foi dito e que está preso na cabeça de Estamira, esta simples humana com algo a dizer.

Sopa de Letras

De aorcdo com uma pqsieusa de uma uinrvesriddae ignlseam não ipomtra em qaul odrem as lrteas de uma plravaa etãso, a úncia csioa iprotmatne é que a piremria e útmlia lrteas, etejasm no lgaur crteo.

O rseto pdoe ser uma ttaol bçguana que vcoê pdoe anida ler sem pobrlmea. Itso é poqrue nós não lmeos cdaa lrtea isladoa mas a plravaa cmoo um tdoo.

Vdaerde!

quinta-feira, 22 de abril de 2010

E "viva" a Internet

por Fernando Massolini

Hoje a internet é a forma mais eficaz de se conseguir contato ao “mundo” dos jovens, ela é rápida, é eficaz e principalmente é barata se comparando a qualquer outra forma de comunicação. A internet é peça chave para a propagação de pensamentos, diante isso, penso que temos que fazer valer o uso desse artifício, ou seja, nada melhor que cultura e internet caminhando lado a lado.


É muito bom abrirmos o “Orkut”, pesquisarmos no “Google” ou no “Youtube” e termos como resultado uma fonte inesgotável de informação, todos os tipos de informação, mas o que mais me impressiona é que matérias referentes a cultura gaúcha têm crescido muito nesses últimos anos, lembro perfeitamente a três, quatro anos atrás, sei que é pouco tempo, quase nada, mas nessa época, tínhamos poucos vídeos, poucas matérias e reportagens publicadas on-line.

Com essa “evolução da tecnologia junto com a forma de pensar das pessoas”, vieram muitos benefícios, pois hoje temos reportagens publicadas neste instante e também reportagens com mais de quarenta anos de gravação, tudo isso a nossa disposição, gratuitamente. Hoje, jovens e adultos transmitem suas opiniões simultaneamente e um novo CD é baixado em questão de segundos.


Nós tradicionalistas, temos que trabalhar lado a lado com esse incrível meio de comunicação, pois é através dele que estamos conseguindo recuperar nossa juventude, é através dele que nossa cultura continuará passando de geração a geração.

E “viva” a internet.

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Mas que tal esse regalo que achei no Youtube, é de 2005, quando “Rui Carlos Avila” participou do Galpão Crioulo divulgando seu primeiro trabalho "Com o Rio Grande na Essência". Upapapa


Especial RBS TV - Homenagem ao Teixeirinha

Bom, resgatei esse especial produzido pela RBS em homenagem aos 20 anos da morte de Teixeirinha, especial este que foi apresentado na televisão em dezembro de 2005.

por Marcelo Machado


Alguém poderia imaginar Humberto Gessinger cantando "Coração de Luto", Thedy Corrêa interpretando "Tordilho Negro" ou Serginho Moah colocando voz em "Gaúcho de Passo Fundo"? Junte-se a isto o fato de os principais cantores do pop-rock sulino interpretarem os sucessos de Teixeirinha ao lado de artistas do regionalismo gaúcho. Gaúchos e roqueiros fizeram parte de um só cenário, um ambiente onde a música deixou de lado os seus preconceitos, e prestaram uma homenagem ao maior ídolo da história do regionalismo.

Luiz Carlos Borges, atual presidente do Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore (IGTF), vencedor dos principais festivais de música nativista, chamamecero por excelência, é um nome de referência da cultura gaúcha e latino-americana. Humberto Gessinger, líder dos Engenheiros do Hawaii, já interpretou, por exempo, "Herdeiro da Pampa Pobre", música gravada originalmente pelo Gaúcho da Fronteira, além de referendar em seu trabalho diversos símbolos da cultura gaúcha.

EXTRAS DE GRAVAÇÃO

EXTRA - PARTE 01



EXTRA - PARTE 02



EXTRA - PARTE 03



Humberto Gessinger e Luis Carlos Borges - Coração De Luto




Trégua!

por Luiz Fernando Verissimo

Segundo algumas lendas dos Mares do Sul, os vulcões eram aplacados com o sacrifício de virgens. Assim que um vulcão começasse a dar sinais de que iria explodir, selecionavam uma virgem e a atiravam na cratera em ebulição, como oferenda aos deuses irados. A persistência das lendas indica que a coisa funcionava. Ou que, quando não funcionava, concluíam que a moça não era virgem, e a ira dos deuses aumentava com a tentativa de enganá-los, acontecendo a erupção. Hoje em dia, nem se pensaria em algo parecido. Não, bandalho, não pela escassez de virgens, mas porque somos pessoas civilizadas que não acreditam em deuses pagãos que controlam nosso destino e podem ser influenciados com presentes. O que é uma pena: sacrificar virgens seria pelo menos uma tentativa de dialogar com as forças da natureza. Em vez de não fazer nada, que é o que nos resta diante de terremotos, tsunamis e erupções vulcânicas. Além, claro, das preces para aplacar a ira do nosso deus único.


Está faltando diálogo entre a superfície e o interior da Terra. Nós, da crosta, estamos claramente sendo atacados pelas profundezas, sem meios para revidar. Placas tectônicas se movem sub-repticiamente, derrubando nossas edificações e comprometendo nosso equilíbrio, e produzindo maremotos que completam a destruição. Quando parece que tudo serenou, explode um vulcão, a arma de fogo da natureza, de surpresa, para nos manter desorientados e enfatizar nossa impotência. Queremos uma trégua, mas não sabemos para quem apelar. Queremos negociar, mas não temos intermediários. Quem falaria por nós na língua soturna das profundezas, que só se comunica com catástrofes? Com quem acertar os termos da nossa rendição? Talvez se deva tentar as virgens de novo.

Há quem diga que o que está acontecendo é um contra-ataque. Tanto fustigamos a Terra, que ela é que estaria revidando. Sei não. Nossa invasão do subterrâneo tem sido limitada. A busca do petróleo mais intensa, as minas mais profundas, a exploração de cavernas mais extensa não pode ter significado mais do que cócegas na epiderme da Terra. A reação seria desproporcional à agressão.

Seja como for, queremos o fim das hostilidades.

Regalo: Zero Hora