segunda-feira, 25 de maio de 2009

PAZ NO MUNDO...

"Imagine todo o povo vivendo em paz... vecê irá dizer que eu sou um sonhador, mas eu não sou o único. Espero que um dia junte-se à nós e o mundo será um só..." (John Lennon)

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Se vem o touro berrando Força de laço e eguada, E o campo desacalambra N'outra orelha assinalada...

Ainda estamos em Maio mas a mensagem é loca de buena

QUE COISA NÉ...CHEGA SETEMBRO...UM MONTE DE BOMBACHA ENGOMADA...VIRANDO AQUILO QUE POUCOS SÃO O ANO INTEIRO...GAUCHO ORGULHOSO...QUE VÊ ESSE RINCÃO COMO PÁTRIA...PASSA SETEMBRO...E LÁ SE FOI A GAUCHADE DE FINAL DE SEMANA...MAS QUEM É CERNE PERMANECE FIRME,MESMO QUE POUCOS... "POR VOCÊS MEUS, IRMAÕS QUE AINDA ACREDITAM E CONHECEM NOSSA HISTÓRIA"

terça-feira, 12 de maio de 2009

NÓ DOS LENÇOS

NÓ FARROUPILHA:(1835) e nó FEDERALISTA(1893)
NÓ TRADICIONAL: comum ou getulista, por ter sido usado pelo Presidente Getúlio Vargas, foi adotado pelos chimangos, sendo, portanto, feito em lenços de cor branca.
NÓ QUADRADO OU DOMADOR: foi adotado por Assis Brasil, que era maragato, sendo usado nas cores vermelha ou preta (luto)
NÓ FARROUPILHA: também conhecido como bago de touro, usado nas cores farroupilha ou preto (luto)
NÓ ou TOPE FARROUPILHA: muito usado em 1935 em diante pelos revolucionários farrapos.
NÓ APAIOXONADO OU NAMORADO: usado em qualquer cor de lenço.
NÓ DOIS TOPES: sem conotação política e pode ser feito em qualquer cor de lenço.
NÓ PACHOLA: por representar a alegria, pode ser usado em qualquer cor de lenço, exceto a preta, que significa tristeza ou luto.
NÓ CRUCIFIXO: usado somente em festas religiosas, podendo ser atado em lenço de qualquer cor.

A VINCHA

Desde o início da colonização do território do atual Rio Grande do Sul, o lenço vem acompanhando nossa evolução tradicionalista. As tribos indígenas que habitavam nossas terras, especialmente os Charruas, Jaros e Minuanos, com cabelos compridos, usavam uma tira, fita ou Vincha, para prender suas cabeleiras. Após a chegada dos Espanhóis e Portugueses é que surgiu a moda de cortar o cabelo. Em razão dos longos cabelos que usavam, os indígenas prendiam com tiras “imbira” ou couro de pequenos animais. Já na época dos padres Missioneiros, Espanhóis passaram a usar o pano, que circundava a testa até a parte traseira do pescoço. Essa tira servia para prender os cabelos e afastá-los dos olhos, nas investidas para caçadas, disputas esportivas ou batalhas de guerra. Passaram a prender seus cabelos puxando para a parte de trás da cabeça, atando o maço entre a cabeça, à moda “cola de cavalo”. Nesse período registra-se o “Peão das Vacarias”. Ele usava tal fita prendendo os cabelos e que era chamada pelos platinos de “Vincha”. Muitos autores estão convictos de que o lenço de pescoço não surgiu como um adorno, mas sim, da evolução da Vincha, pelas circunstâncias da época. Quando no modismo de cortar os cabelos não havia mais motivos para o peão usar a tira atada à cabeça. Foi possivelmente conservada, enlaçada ao pescoço, com as pontas atiradas para trás, como até então. A Vincha como foi conhecida através dos Castelhanos, ou fita, também é de origem Índia e foi usada para evitar que o suor escorresse sobre os olhos.

DICIONÁRIO GAÚCHO

CHINCHA

Também chamada de barrigueira, a Chincha é a segurança total dos arreios. A Chincha deve ser apertada no cavalo de acordo com o trabalho à realizar. Se for para arrastar um barril de água ou lenha no mato, a Chincha deve ser colocada bem no sovaco. Porém se for para o trabalho de laçar uma rês, deve ser apertada sobre o osso do peito. Para passeio ou viagem, deve ser posta bem no meio da barriga do cavalo.

RABICHO

O Rabicho é mais uma peça para a segurança dos arreios, pois evita que estes corram para o pescoço do cavalo. O Rabicho é mais usado nas zonas onde existe elevações e baixadas. Tanto a peiteira como rabicho, fazem parte do preparo e ambos devem figurar em um cavalo encilhado de bom gosto.

ILHAPA

É a parte mais grossa do laço, presa a argola, tendo de quatro a cinco palmos de comprimento. A Ilhapa é feita separadamente do corpo do laço e a ele ligada por uma trama especial. O peso da Ilhapa tem, também importância no manejo do laço, influindo nas condições de equilíbrio necessárias a perfeita movimentação da armada.

PEALO DE CUCHARRA

Pealo é o ato de laçar o animal pelas mãos, quando este vai correndo, o que lhe ocasiona um soberbo tombo. Chuchara no espanholismo diz-se colher.

CAVALO QUEBRADO NA BOCA

É aquele que por maus tratos do cavaleiro a golpe e sofrenaço, ficou com uma lesão na mesa da queixada. É um cavalo sem confiança, pois quando exigido no freio, escapeteia para os lados e se desgoverna.

Sou parte desta terra...e aqui defendo o que é meu...a minha cultura!

"Só se a egua roda ou que o boi morra!"

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Causos Gauchescos¹ - A chegada do trem no campo

Causos do Boi Voador
Lisana e Paulo Bertussi

No final dos anos quarenta, início de cinquenta, empenhava-se o exército brasileiro, com seu batalhão ferroviário, em completar a ligação de Porto Alegre a São Paulo. E os trilhos iam cortando os Campos de Cima da Serra na região de Vacaria em direção à Lages. E lá passavam pelos campos de grandes fazendeiros.
Pela fazenda da Jaguatirica, de propriedade dum tal de Herculano da Luz, cruzou o trilho em grande extensão. E o Dr. Herculano, que morava em Porto Alegre, determinou a construção de alambrados no decorrer da cerca, para proteger o gado, antes que chegasse o tal de trem.
Vindo de Porto Alegre, inspecionou o serviço e viu que não ia dar tempo: antes de terminar a cerca seria inaugurada a linha do trem! Então ele resolveu contratar diversos posteiros, para que, sabendo quais os rumos, os dias e horários em que o trem deveria passar, cuidassem de afastar o gado de perto dos trilhos.
Assim que, entre os posteiros, arranchou-se um tal de Chico Manco, tido como vadio e muito conversador. E, já na primeira viagem, deu-se a tragédia! Veio o trem e atropelou mais de uma dezena de cabeças de gado. Sabedor da má notícia, o Dr. Herculano foi aos fundos da fazenda tirar satisfações do Chico Manco:
- Mas como foi isso Chico?
E o posteiro, senhor de si, com a voz bem entonada explicou:
- Olha Dr... tivemo sorte!
- Como tivemos sorte?! Vem o trem e, na primeira viagem, lá se vão quinze cabeças de gado!
- Tivemo sorte, Dr. Herculano, pois o bicho resolveu cruzá de cumprido! Pois se ele vem de atravessado não sobrava nem eu prá lhe contá a história.

O surgimento do Movimento Tradicionalista Gaúcho

O tradicionalista João Carlos Paixão Côrtes, em seu livro Origem da Semana Farroupilha - Primórdios do Tradicionalismo Gaúcho (1994), relata que, ao contrário do que se costuma pensar, o Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG) não surgiu depois da Revolução Farroupilha, em 1846, mas teve sua origem em iniciativas do Grêmio Estudantil da Escola Júlio de Castilhos (Julinho), em Porto Alegre, na primeira quinzena de setembro de 1947.
Para preservar o legado dos antepassados, a entidade estudantil fundou o seu Departamento de Tradições Gaúchas, representado por diversos alunos com trajes característicos e montados em pingos. No dia 7 de setembro daquele ano, antes de ser extinto o Fogo da Pátria, os cavaleiros desse departamento transportaram até o velho casarão do Julinho uma centelha de fogo, que ficaria ardendo até 20 de setembro.
No período de 7 a 20 de setembro passou a ser realizada a chamada Ronda Gaúcha e, no seu decorrer, foram promovidos diversos eventos sobre temas regionais e folclóricos. O primeiro a presidir o DTG foi o próprio Paixão Côrtes.
Entre as atividades estabelecidas pelo departamento para cultivar as tradições gaúchas estavam bailes, concursos de danças, trajes típicos, fotografia, literatura, desenho, publicação de artigos no jornal do Julinho, palestras com intelectuais e provas campeiras.
"Império "gaúcho" que leva a liberdade andarilha
clarim do tempo em vigília que se amansou pela crença
do índio que em renascença voltou ao campo em teu nome
porque morrer não consome que fez do campo querência!"
.
" O jeito antigo de espantar bagual de noite
Me levou direto as fontes das morenas do rincão
Se o vô me disse, quem sou eu ra duvidar
Dessas coisas de domar o velho sabe a lição
Xergão surrado, Paysandú, pelego e braço
Na certeza do laçaço, a coragem meu irmão!"

REVOLUÇÃO FARROUPILHA - Italianos foram atraídos pelos ideais farroupilhas

Vindos de uma terra distante e, em sua maioria, refugiados políticos, um grupo de italianos participou ativamente da Revolução Farroupilha. Provavelmente o que os atraía eram os ideais liberais dos farrapos em que viam a semente de uma revolução social mais ampla, e a possibilidade de "fazer a história". Alguns deles tiveram atuação destacada, mas um, Giuseppe Garibaldi, é lembrado de forma especial, principalmente porque, mais tarde, participaria das guerras de unificação da Itália e se tornaria conhecido em toda a Europa graças à sua biografia, escrita por Alexandre Dumas.
Os italianos revolucionários haviam chegado à América do Sul antes mesmo do início da Guerra dos Farrapos, dedicando-se principalmente a atividades comerciais e à navegação. Dentre eles muitos eram carbonários, membros da sociedade secreta que atuava na Itália, França e Espanha no início do século XIX e que pregava a adoção do sistema republicano. Essa sociedade derivava da franco-maçonaria, e foi formada para lutar contra o domínio napoleônico no reino de Nápoles (1806 a 1815).
Depois, passou a lutar contra os soberanos italianos restaurados após 1815, e organizou levantes e atentados sem maiores conseqüências. A partir de 1818 o carbonarismo começou a ser difundido na França, onde conquistou os bonapartistas liberais. Organizados em lojas (como na maçonaria), seus membros arquitetaram numerosos complôs, entre 1818 e 1822, contra os Bourbons que haviam voltado ao trono. Todos fracassaram.
A causa da Revolução deve ter seduzido a esses homens, habituados aos atentados, complôs e lutas. E cerca de cinqüenta italianos - provavelmente em sua maior parte carbonários - participaram da Guerra dos Farrapos. Alguns se destacaram, como o Conde Tito Lívio Zambiccari, que era ajudante de campo e secretário do presidente farroupilha, e que foi preso em 1836, no combate do Fanfa, junto com Bento Gonçalves.
A captura de Zambiccari, a princípio lamentável, terminou por trazer benefícios para a Revolução. Transferido para uma prisão no Rio de Janeiro, entrou em contato com Garibaldi e Luigi Rosseti que, animados pelo que ele contava, alistaram-se nas tropas farroupilhas. Luigi Rosseti veio a ser co-editor do jornal farroupilha "O Povo", e também foi secretário-geral da República Juliana (em Laguna).
Garibaldi, por sua vez, teria uma trajetória rica em aventuras. Nasceu em Nice (que então era italiana), em 1807. Antes de vir para o Brasil, participou do movimento Jovem Itália, de idéias republicanas, coordenado pelo general Mazzini. Comprometido em uma tentativa de ataque a Gênova, fugiu para o Brasil em 1836. Logo conheceu Zambiccari, e decidiu vir lutar no Rio Grande.
Aqui, recebeu em 14 de dezembro do mesmo ano a autorização do governo farroupilha para realizar o corso, isto é, para atacar, de barco, navios e propriedades inimigas, apossando-se de seus bens. Para poder executar essa tarefa, recebeu o posto de capitão-tenente, e foi-lhe determinado que coordenasse o armamento de dois lanchões que estavam sendo construídos no estaleiro farroupilha, no rio Camaquã. Cada um desses barcos, quando pronto, tinha duas peças de bronze e uma tripulação de 35 homens. Um deles foi comandado por Garibaldi, outro por John Griggs, um americano que também havia sido seduzido pela causa farroupilha.
Com esses dois barcos, Garibaldi iniciaria sua guerra de corso na Lagoa dos Patos. Aproveitando-se do fato de suas embarcações serem pequenas, e portanto poderem transpor os bancos de areia que dificultavam a navegação dos navios - de maior porte - da Marinha Imperial, Garibaldi atacava as estâncias de legalistas que estavam nas margens da lagoa, apossando-se de cavalos, mantimentos etc.
Em julho de 1839, após coordenar a epopéia de transporte dos lanchões por terra, participou do ataque a Laguna, em Santa Catarina. Ali, conheceu Ana Maria Ribeiro da Silva, que passou à história como Anita Garibaldi, e que iria acompanhá-lo por toda a sua vida.
Quando Garibaldi a encontrou em Laguna, Anita era casada com Manuel Aguiar, a quem deixou para seguir Garibaldi. Desde o início, revelou-se a companheira ideal para o revolucionário, participando com extrema bravura dos combates de defesa de Laguna contra os imperiais. Em 15 de novembro de 1839 foi presa, no combate de Curitibanos, mas fugiu atravessando o rio Canoas a nado, agarrada à crina de seu cavalo, indo assim se reencontrar com Garibaldi em Vacaria. No Rio Grande deu à luz a seu primeiro filho, Menotti, e continuou a combater ao lado de Garibaldi até que este, em 1842, deixou as tropas farrapas, indo para Montevidéu.
Lígia Gomes Carneiro

REVOLUÇÃO FARROUPILHA - Os lanchões de Garibaldi pelos campos do RS

Muito tempo antes do desenvolvimento dos veículos anfíbios, Garibaldi demonstrou que um barco construído para se movimentar na água também podia andar na terra. Graças a isso as tropas farroupilhas puderam conquistar o porto catarinense de Laguna e proclamar a República Rio-Grandense. Para chegar lá, o chamado "herói de dois mundos" teve que colocar em execução um dos mais arrojados planos militares já idealizados em qualquer época: estando as embarcações dos farroupilhas cercadas na Lagoa dos Patos, onde as forças do Império dominavam a entrada e saída, ele mandou deslocar por terra seus lanchões mais leves, o Farroupilha e o Seival. Foi uma epopéia digna de figurar com destaque na história dos conflitos mundiais.
"Não existe a menor dificuldade na expedição por mar a Laguna. Mande-me o general alguns carpinteiros e a madeira necessária para a construção de quatro grandes rodados e cem juntas de bois carreiros para a tração das rodas, e eu farei transportar os Lanchões até Tramandaí, se Deus quiser", disse Garibaldi numa reunião do alto comando farroupilha. Ele levou os dois lanchões até o rio Capivari cerca de dois quilômetros adentro antes de sua foz na Lagoa dos Patos, e em menos de sete dias comandou a montagem dos rodados e das pranchas sobre as quais os lanchões foram colocados, para serem movimentados por terra até Tramandaí. Eles foram puxados cada um por juntas de cem bois.
Em Tramandaí, após reparos rápidos que não levaram três dias, os lanchões foram lançados no rio Tramandaí e dali seguiram para o mar e para o ataque às forças imperiais que estavam acantonadas em Laguna. Entre o rio Capivari e o rio Tramandaí, através de campos, areais e banhados, foram percorridos cerca de cem quilômetros entre os dias 5 de junho pela manhã e a tardinha do dia 11 desse mês, sem que as forças imperiais tivessem a mínima suspeita do que estava acontecendo.
Em Laguna, enquanto os "patos" de Garibaldi atacavam por mar, os homens do general David Canabarro investiam por terra, conseguindo dominar rapidamente a cidade e conquistando um importante porto para os farroupilhas, que nunca conseguiram se apoderar de Rio Grande e São José do Norte.
Os lanchões Seival e Farroupilha deixaram o rio Capivari no ponto onde esse rio é cruzado, no momento, pela RS-040, cerca de mil metros antes do posto da Polícia Rodoviária em Capivari, que está no cruzamento dessa rodovia com o início da chamada Estrada do Inferno. Para quem vai de Porto Alegre em direção a Capivari, há um marco logo depois da ponte sobre o rio Capivari, à esquerda, indicando o local considerado como o início da movimentação terrestre das embarcações do grupo comandado por Garibaldi.
Já no rio Tramandaí os lanchões voltaram a ser colocados na água nas proximidades da ponte antiga que liga Tramandaí a Imbé, onde na temporada de veraneio centenas de pessoas passam o dia pescando sardinhas e bagres. Na passarela para pedestres entre as duas pistas da avenida Fernandes Bastos, no lado do município de Tramandaí, há um marco indicativo do feito de Garibaldi, colocado, juntamente com o de Capivari, quando da comemoração do sesquicentenário da Revolução Farroupilha. Uma réplica do Seival ainda pode ser vista em Tramandaí, no Parque Histórico General Manuel Luiz Osório.
Lígia Gomes Carneiro

Um pouco de cultura e história do RS

A história do Rio Grande do Sul começou bem antes da efetiva ocupação de seu território pelos portugueses. Inicialmente, o Estado era uma "terra de ninguém", de difícil acesso e muito pouco povoada. Vagavam por suas pradarias os índios guaranis, charruas e tapes e, vez por outra, aventureiros que penetravam em seu território em busca de índios para apresar e escravizar.
Esse quadro foi modificado com a chegada dos padres jesuítas que, no início do século XVII, na região formada pelos atuais estados do Rio Grande do Sul e Paraná, e pela Argentina e Paraguai, fundaram as Missões jesuíticas. Nelas se reuniam, em torno de pequenos grupos de religiosos, grandes levas de índios guaranis convertidos.
Procurando garantir a alimentação desses índios, os jesuítas introduziram o gado em suas reduções. O clima e a vegetação propícios fizeram com que o gado se multiplicasse. Com isso, a região passou a oferecer dois atrativos para os que apresavam índios: além deles, havia também o gado. Até 1640 várias expedições vindas de São Paulo estiveram no Rio Grande, para capturar índios e gado, provocando o desmantelamento das Missões existentes no atual Estado. Nessa época os índios, comandados pelos jesuítas, derrotaram os chamados bandeirantes e as missões tiveram mais de cem anos de paz.
Ao final do século XVII, devido aos constantes conflitos de fronteira entre Portugal e Espanha, os jesuítas resolveram concentrar a população indígena convertida em uma área que consideravam mais segura, e escolheram a zona localizada na região noroeste do Rio Grande do Sul. Foram criados os "Sete Povos das Missões". Mas a prosperidade desses povos, que funcionavam independentemente das coroas portuguesa e espanhola, terminou por decretar o seu fim. Em 1750, um tratado firmado entre os dois países estabeleceu que a região das Missões passaria à posse de Portugal, em troca da Colônia de Sacramento, que havia sido fundada pelos portugueses em 1680 nas margens do Rio da Prata, defronte a Buenos Aires. Embora tenha havido resistência por parte de padres e índios, as Missões foram desmanteladas. Mas deixaram um legado que, por muito tempo, seria a base da economia do Rio Grande do Sul: os grandes rebanhos de bovinos e cavalos, criados soltos pelas pradarias.
Esses rebanhos atrairiam os colonizadores portugueses, que passaram a se instalar na região de forma sistemática a partir de 1726. A descoberta das minas de ouro em Minas Gerais iria, posteriormente, criar uma grande demanda pelo gado da região, e consolidou a ocupação do território. Nessa época, a célula básica da comunidade gaúcha eram as estâncias, sempre com grandes extensões, onde o gado era criado.


Começo a semana postando essa rica obra do Jari Terres na 18ª Reculuta da Canção Crioula, em Guaíba - RS.