terça-feira, 30 de novembro de 2010

Diferenças Culturais

por Tânia Du Bois

“Cultura é aquilo que permanece no homem
quando ele se esqueceu de todo o resto.” (E. Henriot)

Um fator que marca a vida é a busca por desafios. Riscos são importantes para o aprendizado e a convivência em diferentes culturas.

“Onde se aponte / ou se escreve pampa / leia-se: liberdade / em todo o horizonte”.
(Luiz de Miranda)

A diferença cultural está no idioma. Um universo novo de costumes e visões. É processo de comunicação, observação e interação, para que se possam compreender outras formas culturais, que possam ser entendidas por nossa cultura.

Antonio Olinto escreveu que “Há regiões do mundo onde a cultura é poesia. Vinculadas a um idioma às vezes marginal, mantêm-se firmes e livres em seu isolamento poético, mesmo participando de outras unidades nacionais e presas a contextos civilizados geograficamente mais amplos.” Incluo a cultura gauchesca, ou gaúcha, do Rio Grande do Sul, nessa classificação, como nos apresenta Luiz de Miranda, “... O Rio Grande é meu país / A língua é meretriz / na sua doma até a raiz - / O poema fere de morte / o que em nós / a língua escuta. / E salta da página para o coração.”

Neste caso, a poesia tem lastro cultural e pode ser pura oralidade, ou escrita, que mostra o contexto de vida na força da palavra, como vínculo e significado, onde a história é versada com fluência pontilhada na tradição gaúcha.

“O general Bento Gonçalves da Silva / fez a separatória república de 35 /
com bandeira / verde amarela encarnada / Escudo complicado /
Ajutório de Garibaldi dei due mondi / E o rubro barrete frígio /
Da mulher deusa Razão parisiense...” (Tyrteu Rocha Vianna)

Ao falar de diferenças culturais é necessário explicar como agir e tentar entender por que os outros fazem as coisas, da maneira como fazem. É questão de base cultural. Consideremos o que Hannah Arendt escreveu: “... o que proponho é uma reconsideração da condição humana à luz de nossas mais novas experiências... estão ao alcance de todo ser humano... a mais alta e talvez a mais pura atividade de que os homens são capazes – a atividade de pensar”.

“Adeus mi’as brancas coxilhas, / Brancas de “barba de bode” /
bordadas de pinheirais! / Vejo-as cobertas de trilhas / Onde o Minuano sacode /
As espigas dos trigais.” (Ziza de Araújo Trein)

Assim, num mesmo país, como o Brasil, por exemplo, onde se fala a mesma língua, ainda há diferenças culturais, como a gaúcha, a baiana, a paulista etc. São processos de mudanças diferentes que requerem ambições, aspirações e sonhos para desenvolver a cultura em sua totalidade. É preciso encontrar a maneira de fazer as coisas certas, como em Breves Gestos, de Pedro Du Bois, “Misturamos culturas / de lugares distantes não cruzados nos caminhos, / aprendemos com os outros, apreendidos, / não nos distinguimos como únicos, / receptivos nos doamos ao desconhecido //... / Misturamos sementes...”

Antonio Ferreira Prestes Guimarães

Texto enviado pelo parceiro Hilton Luiz Araldi

A Escola Estadual General PRESTES GUIMARÃES, criada pelo Poder Público Municipal de Passo Fundo em 1962, incorporada ao Governo Estadual pelo Decreto n° 576 de 04 de novembro de 1967, tem como patrono o insigne passo-fundense ANTONIO FERREIRA PRESTES GUIMARÃES, que nasceu em Passo Fundo, dia 13 de junho de 1837, filho de José Ferreira Prestes Guimarães e de Maria do Nascimento Neves Preste Guimarães, sendo seus avós paternos o Capitão Manoel José das Neves e Reginalda da Silva Neves, a primeira família a chegar na futura povoação de Passo Fundo em 1827.

Desde moço desempenhou funções administrativas em sua terra natal, onde a vida municipal teve início em 1857. Já em 1864, secretariava o comando da Guarda Nacional. Em 1865, exercia a suplência de Delegado de Polícia.

Entre 1870 e 1873, foi suplente do Juiz Municipal, tendo o posto de Capitão da Guarda Nacional. Em 1874, exerceu o cargo de Secretário da Câmara Municipal de Passo Fundo. Pelas suas qualidades intelectuais, principalmente como professor, enviou um relatório à Assembléia Provincial, lamentando profundamente o atraso da instrução pública no município de Passo Fundo e solicitando providências. Entre 1883 e 1886, exerceu a presidência da Câmara Municipal, o que correspondia, nos municípios do Império, à condição de Prefeito. Era uma figura proeminente do Partido Liberal, tendo sido eleito, pela região serrana, Deputado da Assembléia Legislativa Provincial em três legislaturas: 1885, 87 e 89.

E 1889, foi nomeado um dos Vice-Presidentes da Província, sendo Gaspar Silveira Martins o Presidente. Em 25 de junho de 1889 até dia 8 de julho do mesmo ano, assumiu efetivamente a Presidência da Província do Rio Grande do Sul.

Ao sobreviver à república, candidatou-se a deputado, desta vez como Constituinte Estadual.

Em 1891, participou da deposição de Júlio de Castilhos e ocupou a cidade de Passo Fundo, assumindo o poder e envolvendo-se nas lutas civis na Revolução Federalista de 1893 até a celebração da paz em 1895.

Prestes Guimarães exerceu o comando maragato na região de Passo Fundo, sendo um dos mais ardorosos adversários do sistema de governo implantado no Rio Grande do Sul por Júlio de Castilhos. Na luta, Prestes Guimarães assumiu o comando da 1ª Divisão do Exército Libertador Federalista, apoderando-se da cidade de Alegrete.

Advogado e chefe político gozava de real acatamento, face ao seu espírito lúcido, íntegro e ponderado. Dotado de natural inteligência e muita dedicação ao estudo, elaborou sábios pareceres e proferiu inflamáveis discursos nos debates parlamentares. Desde a sua mocidade, lutou pela expansão do ensino público gratuito.

PRESTES GUIMARÃES é um dos mais autênticos passo-fundenses. Registra a história que ele morreu pobre, recolhido ao seu Passo Fundo, onde, depois de muitas lutas, reabriu sua banca de advocacia, assumindo o comando do Partido Federalista. Faleceu em 19 de setembro de 1911, e seus restos mortais estão no cemitério municipal da Vera Cruz em Passo Fundo.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Rodeio do LAÇO VELHO / Bento Gonçalves

Em BRASÍLIA o MAIOR CHURRASCO DO MUNDO

Texto enviado pelo parceiro do blog, senhor Hilton Luiz Araldi.
Um grupo conduzindo cerca de 100 bois e cavalos chamou a atenção na capital do país, a atração se tratava de uma cavalgada que passou pelas ruas da cidade com o intuito de convidar os brasilienses para a 1° edição do evento gaúcho Fenatchê, que será realizada de 10 a 19 de dezembro no Pavilhão do Parque da Cidade.

Por causa da chuva, a cavalgada que estava marcada para ter início às 9h, só começou por volta das 11h; contudo, o mau tempo não desanimou os integrantes. Bois, cavalos, burros, mulas e até um búfalo foram trazidos de várias regiões do DF para compor a boiada. Em meio aos carros, o grupo passou pelas ruas do centro da cidade em um percurso de 19 quilômetros. O organizador do Evento, Adelino Barbosa, afirma que a iniciativa é uma interação cultural. "É uma forma de interagir a área rural com a urbana", enfatizou.

Durante a cavalgada, os organizadores da Fenatchê promoveram um recorde diferente. Eles lançaram o desafio de assar o maior churrasco do mundo. "Vamos fazer um churrasco com 28 toneladas de carne, um total de mais ou menos de 120 bois e bater o recorde", anunciou o presidente da Fenatchê, Raul Canal. Segundo ele, o churrasco será preparado durante o Evento, dia 18 de dezembro, no Parque da Cidade. “A carne será assada conforme a tradição gaúcha, em 420 metros lineares de vala que serão abertos na área do Pavilhão ExpoBrasília, onde vão ser perfilados 5,8 mil espetos de taquara com 5 quilos de carne cada”, afirmou. O petisco gaúcho irá servir aproximadamente 60 mil pessoas e doado para instituições de caridade. Portanto, as entidades interessadas deverão se inscrever no site da Fenatchê (www.fenatchê.com.br).

Atualmente, o título do Guinness Book , de maior churrasco do mundo é do Paraguai. O País vizinho garantiu um lugar no livro dos recordes, em 2008, com 26.715 quilos de carne e mais de 40 mil participantes.

No dia, os organizadores também irão fazer o maior chimarrão do mundo. Durante a cavalgada de ontem, eles desfilaram com uma cuia de 5,5 metros de altura, que comportará 500 litros de água e uma tonelada de erva mate. Os visitantes da Fenatchê poderão provar a bebida gaúcha, que será aquecido por um termostato, e terá a bomba adaptada e higienizada após cada uso. Para garantir essas façanhas, auditores do Guinness estarão presentes no evento. O presidente conta que o objetivo é difundir a cultura da bebida tão apreciada pelos gaúchos. "O chimarrão tem diversas propriedades medicinais, combate o colesterol, faz bem para o coração, mas quase ninguém sabe desses benefícios. Se todos conhecessem garanto que seria mais popular que o cafezinho", declara Canal.

Segundo o presidente, além das atrações, a Fenatchê terá uma extensa programação. "Será um evento cultural e gastronômico, uma mistura da região Sul com o Centro Oeste. O objetivo é difundir e divulgar a cultura do Rio Grande do Sul. Teremos exposição de animais, shows musicais, entre outras atrações", conta Canal.

A previsão é que cerca de 300 mil brasilienses passem pela Fenatchê durante os nove dias. Quem for ao local terá uma mostra do Rio Grande do Sul. O evento reunirá mais de 500 expositores em espaços ambientados com a temática gaúcha. Algumas áreas serão destinadas para assar costelões, boi no rolete, carneiros inteiros a moda campeira e muitas outras atrações gastronômicas. O público também poderá participar de oficinas, que terão dicas de como preparar os típicos assados do Sul. A Fenatchê tem como apoiadores os governos do Rio Grande do Sul (RS) e do Distrito Federal e diversas entidades, como a Federação de Associações dos Municípios do RS, a Federação das Indústrias do RS, a Associação Brasileira da Indústria Hoteleira, o Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore e o Movimento Tradicionalista Gaúcho.
Regalo: Jornal Tribuna do Brasil