segunda-feira, 25 de maio de 2009
quarta-feira, 13 de maio de 2009
Ainda estamos em Maio mas a mensagem é loca de buena

terça-feira, 12 de maio de 2009
NÓ DOS LENÇOS
NÓ TRADICIONAL: comum ou getulista, por ter sido usado pelo Presidente Getúlio Vargas, foi adotado pelos chimangos, sendo, portanto, feito em lenços de cor branca.
NÓ QUADRADO OU DOMADOR: foi adotado por Assis Brasil, que era maragato, sendo usado nas cores vermelha ou preta (luto)
NÓ FARROUPILHA: também conhecido como bago de touro, usado nas cores farroupilha ou preto (luto)
NÓ ou TOPE FARROUPILHA: muito usado em 1935 em diante pelos revolucionários farrapos.
NÓ APAIOXONADO OU NAMORADO: usado em qualquer cor de lenço.
NÓ DOIS TOPES: sem conotação política e pode ser feito em qualquer cor de lenço.
NÓ PACHOLA: por representar a alegria, pode ser usado em qualquer cor de lenço, exceto a preta, que significa tristeza ou luto.
NÓ CRUCIFIXO: usado somente em festas religiosas, podendo ser atado em lenço de qualquer cor.
A VINCHA
DICIONÁRIO GAÚCHO
Também chamada de barrigueira, a Chincha é a segurança total dos arreios. A Chincha deve ser apertada no cavalo de acordo com o trabalho à realizar. Se for para arrastar um barril de água ou lenha no mato, a Chincha deve ser colocada bem no sovaco. Porém se for para o trabalho de laçar uma rês, deve ser apertada sobre o osso do peito. Para passeio ou viagem, deve ser posta bem no meio da barriga do cavalo.
RABICHO
O Rabicho é mais uma peça para a segurança dos arreios, pois evita que estes corram para o pescoço do cavalo. O Rabicho é mais usado nas zonas onde existe elevações e baixadas. Tanto a peiteira como rabicho, fazem parte do preparo e ambos devem figurar em um cavalo encilhado de bom gosto.
ILHAPA
É a parte mais grossa do laço, presa a argola, tendo de quatro a cinco palmos de comprimento. A Ilhapa é feita separadamente do corpo do laço e a ele ligada por uma trama especial. O peso da Ilhapa tem, também importância no manejo do laço, influindo nas condições de equilíbrio necessárias a perfeita movimentação da armada.
PEALO DE CUCHARRA
Pealo é o ato de laçar o animal pelas mãos, quando este vai correndo, o que lhe ocasiona um soberbo tombo. Chuchara no espanholismo diz-se colher.
CAVALO QUEBRADO NA BOCA
É aquele que por maus tratos do cavaleiro a golpe e sofrenaço, ficou com uma lesão na mesa da queixada. É um cavalo sem confiança, pois quando exigido no freio, escapeteia para os lados e se desgoverna.
quinta-feira, 7 de maio de 2009
segunda-feira, 4 de maio de 2009
Causos Gauchescos¹ - A chegada do trem no campo
Lisana e Paulo Bertussi
No final dos anos quarenta, início de cinquenta, empenhava-se o exército brasileiro, com seu batalhão ferroviário, em completar a ligação de Porto Alegre a São Paulo. E os trilhos iam cortando os Campos de Cima da Serra na região de Vacaria em direção à Lages. E lá passavam pelos campos de grandes fazendeiros.
Pela fazenda da Jaguatirica, de propriedade dum tal de Herculano da Luz, cruzou o trilho em grande extensão. E o Dr. Herculano, que morava em Porto Alegre, determinou a construção de alambrados no decorrer da cerca, para proteger o gado, antes que chegasse o tal de trem.
Vindo de Porto Alegre, inspecionou o serviço e viu que não ia dar tempo: antes de terminar a cerca seria inaugurada a linha do trem! Então ele resolveu contratar diversos posteiros, para que, sabendo quais os rumos, os dias e horários em que o trem deveria passar, cuidassem de afastar o gado de perto dos trilhos.
Assim que, entre os posteiros, arranchou-se um tal de Chico Manco, tido como vadio e muito conversador. E, já na primeira viagem, deu-se a tragédia! Veio o trem e atropelou mais de uma dezena de cabeças de gado. Sabedor da má notícia, o Dr. Herculano foi aos fundos da fazenda tirar satisfações do Chico Manco:
- Mas como foi isso Chico?
E o posteiro, senhor de si, com a voz bem entonada explicou:
- Olha Dr... tivemo sorte!
- Como tivemos sorte?! Vem o trem e, na primeira viagem, lá se vão quinze cabeças de gado!
- Tivemo sorte, Dr. Herculano, pois o bicho resolveu cruzá de cumprido! Pois se ele vem de atravessado não sobrava nem eu prá lhe contá a história.
O surgimento do Movimento Tradicionalista Gaúcho
Para preservar o legado dos antepassados, a entidade estudantil fundou o seu Departamento de Tradições Gaúchas, representado por diversos alunos com trajes característicos e montados em pingos. No dia 7 de setembro daquele ano, antes de ser extinto o Fogo da Pátria, os cavaleiros desse departamento transportaram até o velho casarão do Julinho uma centelha de fogo, que ficaria ardendo até 20 de setembro.
No período de 7 a 20 de setembro passou a ser realizada a chamada Ronda Gaúcha e, no seu decorrer, foram promovidos diversos eventos sobre temas regionais e folclóricos. O primeiro a presidir o DTG foi o próprio Paixão Côrtes.
Entre as atividades estabelecidas pelo departamento para cultivar as tradições gaúchas estavam bailes, concursos de danças, trajes típicos, fotografia, literatura, desenho, publicação de artigos no jornal do Julinho, palestras com intelectuais e provas campeiras.

clarim do tempo em vigília que se amansou pela crença
do índio que em renascença voltou ao campo em teu nome
porque morrer não consome que fez do campo querência!"
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Me levou direto as fontes das morenas do rincão
Se o vô me disse, quem sou eu ra duvidar
Dessas coisas de domar o velho sabe a lição
Xergão surrado, Paysandú, pelego e braço
Na certeza do laçaço, a coragem meu irmão!"
REVOLUÇÃO FARROUPILHA - Italianos foram atraídos pelos ideais farroupilhas
Os italianos revolucionários haviam chegado à América do Sul antes mesmo do início da Guerra dos Farrapos, dedicando-se principalmente a atividades comerciais e à navegação. Dentre eles muitos eram carbonários, membros da sociedade secreta que atuava na Itália, França e Espanha no início do século XIX e que pregava a adoção do sistema republicano. Essa sociedade derivava da franco-maçonaria, e foi formada para lutar contra o domínio napoleônico no reino de Nápoles (1806 a 1815).
Depois, passou a lutar contra os soberanos italianos restaurados após 1815, e organizou levantes e atentados sem maiores conseqüências. A partir de 1818 o carbonarismo começou a ser difundido na França, onde conquistou os bonapartistas liberais. Organizados em lojas (como na maçonaria), seus membros arquitetaram numerosos complôs, entre 1818 e 1822, contra os Bourbons que haviam voltado ao trono. Todos fracassaram.
A causa da Revolução deve ter seduzido a esses homens, habituados aos atentados, complôs e lutas. E cerca de cinqüenta italianos - provavelmente em sua maior parte carbonários - participaram da Guerra dos Farrapos. Alguns se destacaram, como o Conde Tito Lívio Zambiccari, que era ajudante de campo e secretário do presidente farroupilha, e que foi preso em 1836, no combate do Fanfa, junto com Bento Gonçalves.
A captura de Zambiccari, a princípio lamentável, terminou por trazer benefícios para a Revolução. Transferido para uma prisão no Rio de Janeiro, entrou em contato com Garibaldi e Luigi Rosseti que, animados pelo que ele contava, alistaram-se nas tropas farroupilhas. Luigi Rosseti veio a ser co-editor do jornal farroupilha "O Povo", e também foi secretário-geral da República Juliana (em Laguna).
Garibaldi, por sua vez, teria uma trajetória rica em aventuras. Nasceu em Nice (que então era italiana), em 1807. Antes de vir para o Brasil, participou do movimento Jovem Itália, de idéias republicanas, coordenado pelo general Mazzini. Comprometido em uma tentativa de ataque a Gênova, fugiu para o Brasil em 1836. Logo conheceu Zambiccari, e decidiu vir lutar no Rio Grande.
Aqui, recebeu em 14 de dezembro do mesmo ano a autorização do governo farroupilha para realizar o corso, isto é, para atacar, de barco, navios e propriedades inimigas, apossando-se de seus bens. Para poder executar essa tarefa, recebeu o posto de capitão-tenente, e foi-lhe determinado que coordenasse o armamento de dois lanchões que estavam sendo construídos no estaleiro farroupilha, no rio Camaquã. Cada um desses barcos, quando pronto, tinha duas peças de bronze e uma tripulação de 35 homens. Um deles foi comandado por Garibaldi, outro por John Griggs, um americano que também havia sido seduzido pela causa farroupilha.
Com esses dois barcos, Garibaldi iniciaria sua guerra de corso na Lagoa dos Patos. Aproveitando-se do fato de suas embarcações serem pequenas, e portanto poderem transpor os bancos de areia que dificultavam a navegação dos navios - de maior porte - da Marinha Imperial, Garibaldi atacava as estâncias de legalistas que estavam nas margens da lagoa, apossando-se de cavalos, mantimentos etc.
Em julho de 1839, após coordenar a epopéia de transporte dos lanchões por terra, participou do ataque a Laguna, em Santa Catarina. Ali, conheceu Ana Maria Ribeiro da Silva, que passou à história como Anita Garibaldi, e que iria acompanhá-lo por toda a sua vida.
Quando Garibaldi a encontrou em Laguna, Anita era casada com Manuel Aguiar, a quem deixou para seguir Garibaldi. Desde o início, revelou-se a companheira ideal para o revolucionário, participando com extrema bravura dos combates de defesa de Laguna contra os imperiais. Em 15 de novembro de 1839 foi presa, no combate de Curitibanos, mas fugiu atravessando o rio Canoas a nado, agarrada à crina de seu cavalo, indo assim se reencontrar com Garibaldi em Vacaria. No Rio Grande deu à luz a seu primeiro filho, Menotti, e continuou a combater ao lado de Garibaldi até que este, em 1842, deixou as tropas farrapas, indo para Montevidéu.
REVOLUÇÃO FARROUPILHA - Os lanchões de Garibaldi pelos campos do RS
"Não existe a menor dificuldade na expedição por mar a Laguna. Mande-me o general alguns carpinteiros e a madeira necessária para a construção de quatro grandes rodados e cem juntas de bois carreiros para a tração das rodas, e eu farei transportar os Lanchões até Tramandaí, se Deus quiser", disse Garibaldi numa reunião do alto comando farroupilha. Ele levou os dois lanchões até o rio Capivari cerca de dois quilômetros adentro antes de sua foz na Lagoa dos Patos, e em menos de sete dias comandou a montagem dos rodados e das pranchas sobre as quais os lanchões foram colocados, para serem movimentados por terra até Tramandaí. Eles foram puxados cada um por juntas de cem bois.
Em Tramandaí, após reparos rápidos que não levaram três dias, os lanchões foram lançados no rio Tramandaí e dali seguiram para o mar e para o ataque às forças imperiais que estavam acantonadas em Laguna. Entre o rio Capivari e o rio Tramandaí, através de campos, areais e banhados, foram percorridos cerca de cem quilômetros entre os dias 5 de junho pela manhã e a tardinha do dia 11 desse mês, sem que as forças imperiais tivessem a mínima suspeita do que estava acontecendo.
Em Laguna, enquanto os "patos" de Garibaldi atacavam por mar, os homens do general David Canabarro investiam por terra, conseguindo dominar rapidamente a cidade e conquistando um importante porto para os farroupilhas, que nunca conseguiram se apoderar de Rio Grande e São José do Norte.
Os lanchões Seival e Farroupilha deixaram o rio Capivari no ponto onde esse rio é cruzado, no momento, pela RS-040, cerca de mil metros antes do posto da Polícia Rodoviária em Capivari, que está no cruzamento dessa rodovia com o início da chamada Estrada do Inferno. Para quem vai de Porto Alegre em direção a Capivari, há um marco logo depois da ponte sobre o rio Capivari, à esquerda, indicando o local considerado como o início da movimentação terrestre das embarcações do grupo comandado por Garibaldi.
Já no rio Tramandaí os lanchões voltaram a ser colocados na água nas proximidades da ponte antiga que liga Tramandaí a Imbé, onde na temporada de veraneio centenas de pessoas passam o dia pescando sardinhas e bagres. Na passarela para pedestres entre as duas pistas da avenida Fernandes Bastos, no lado do município de Tramandaí, há um marco indicativo do feito de Garibaldi, colocado, juntamente com o de Capivari, quando da comemoração do sesquicentenário da Revolução Farroupilha. Uma réplica do Seival ainda pode ser vista em Tramandaí, no Parque Histórico General Manuel Luiz Osório.
Um pouco de cultura e história do RS
Esse quadro foi modificado com a chegada dos padres jesuítas que, no início do século XVII, na região formada pelos atuais estados do Rio Grande do Sul e Paraná, e pela Argentina e Paraguai, fundaram as Missões jesuíticas. Nelas se reuniam, em torno de pequenos grupos de religiosos, grandes levas de índios guaranis convertidos.
Procurando garantir a alimentação desses índios, os jesuítas introduziram o gado em suas reduções. O clima e a vegetação propícios fizeram com que o gado se multiplicasse. Com isso, a região passou a oferecer dois atrativos para os que apresavam índios: além deles, havia também o gado. Até 1640 várias expedições vindas de São Paulo estiveram no Rio Grande, para capturar índios e gado, provocando o desmantelamento das Missões existentes no atual Estado. Nessa época os índios, comandados pelos jesuítas, derrotaram os chamados bandeirantes e as missões tiveram mais de cem anos de paz.
Ao final do século XVII, devido aos constantes conflitos de fronteira entre Portugal e Espanha, os jesuítas resolveram concentrar a população indígena convertida em uma área que consideravam mais segura, e escolheram a zona localizada na região noroeste do Rio Grande do Sul. Foram criados os "Sete Povos das Missões". Mas a prosperidade desses povos, que funcionavam independentemente das coroas portuguesa e espanhola, terminou por decretar o seu fim. Em 1750, um tratado firmado entre os dois países estabeleceu que a região das Missões passaria à posse de Portugal, em troca da Colônia de Sacramento, que havia sido fundada pelos portugueses em 1680 nas margens do Rio da Prata, defronte a Buenos Aires. Embora tenha havido resistência por parte de padres e índios, as Missões foram desmanteladas. Mas deixaram um legado que, por muito tempo, seria a base da economia do Rio Grande do Sul: os grandes rebanhos de bovinos e cavalos, criados soltos pelas pradarias.
Esses rebanhos atrairiam os colonizadores portugueses, que passaram a se instalar na região de forma sistemática a partir de 1726. A descoberta das minas de ouro em Minas Gerais iria, posteriormente, criar uma grande demanda pelo gado da região, e consolidou a ocupação do território. Nessa época, a célula básica da comunidade gaúcha eram as estâncias, sempre com grandes extensões, onde o gado era criado.