quarta-feira, 31 de março de 2010

Mário Quintana, o poeta do mapa da cidade de Porto Alegre

Como a idéia deste blog é discutirmos causos, homenagearmos e sustentarmos nossa cultura, nada melhor que um pouco de literatura regional, ou seja, nada melhor que um pouco do mestre Mário Quintana.

“Mário Quintana, o poeta do mapa da cidade de Porto Alegre”
por Tânia Du Bois

“Olho o mapa da cidade / como quem examinasse / a anatomia do corpo / ...
Sinto uma dor infinita / das ruas de Porto Alegre / onde jamais passarei...”

Quando se pensa em Porto Alegre, necessariamente se pensa em Mário Quintana. Muitas vezes confundido com a paisagem das ruas do centro da cidade, por seu amor pela cidade, em sentimento recíproco.
Suas caminhadas pela Praça da Alfândega, pelo Correio do Povo, onde publicou o Caderno H, teve por objetivo conversar com as pessoas, estabelecendo uma ponte entre o sonhado e o vivido.
Realidade e imaginação, Porto Alegre e poesia se associaram para compor o quadro e permitir a adoção da cidade pelo Poeta. ele conseguiu, através da sua obra, estabelecer comunicação afetiva com Porto Alegre e encontrou a maneira de ajudar a ver e a refletir o encanto pela cidade, que correspondeu à sua necessidade, num encontro marcado com o Poeta e com o mundo.
Quintana soube desfrutar Porto Alegre, vindo a ser integrado em sua paisagem, tal como a imagem da cidade foi transfigurada nas metáforas de seus poemas.

“Porto Alegre, antes era uma grande cidade pequena. /
Agora, é uma pequena cidade grande.”

O Poeta soube ver Porto Alegre como são vistas as fadas; teve olhos para revelar a face secreta da cidade e das suas pessoas. Além dos poemas, escreveu o livro de crônicas, “Porto Alegre Ontem e Hoje”, em 1971.
Foi um poeta de andanças pelas ruas de sua amada Porto Alegre; segundo Aluízio Ribeiro, “a cidade que adotou como sua e cantou como ninguém.”
Pedro Maciel escreveu que “... o poeta ama a cidade e a cidade ama o poeta... Ninguém mais compreendeu tão bem a alma feminina e acolhedora de Porto Alegre, quanto Quintana, e soube com ela manter um caso de amor tão profundo e explícito...”
Sérgio Napp disse que “A Casa de Cultura Mário Quintana é o barco que singra a cidade-porto em busca da voz do poeta – símbolo que, ancorado na cidade faz dela seu itinerário de canções.”
Já Waldir Silveira conclui que “Porto Alegre aprendeu a reconhecer-se nos versos de Quintana.”
Mário Quintana na escolha das rimas criou para os porto-alegrenses um clima de acalento para com a cidade, com que expressou a vida, o esperar, o sonhar e se transcreveu em sua representação.

“Céus de Porto Alegre, como farei para levar-vos para o céu?”

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Tchê, é um prazer receber seu comentário e/ou sua crítica, fique a vontade para soltar o verbo e muito obrigado por sua participação. Forte abraço.