segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Revendo os Conceitos

por Rogério Bastos

Há algum tempo atrás, veio por meio da televisão uma bem produzida campanha publicitária de uma empresa de automóveis que usava uma frase dirigida àqueles que se surpreendem com as atitudes de seu semelhante ou com as modernidades. O comercial mostrava situações ou comportamentos que contrariavam posturas tradicionais e que chocavam um dos personagens da peça, onde o locutor dizia: “Está na hora de você rever seus conceitos”.

Mas quem precisa rever os conceitos? Quando que é preciso rever os conceitos? Quais e porque precisam ser revistos?

Na verdade, a vida é uma eterna revisão de conceitos, ou seja, precisamos rever nossos conceitos frequentemente, que impeça nossa obsolescência. Discordamos, não gostamos, mas não podemos ignorar as novidades que a vida social nos apresenta ou até mesmo impõe. Defender valores e princípios é nosso primado, mas temos que acompanhar de perto essas inovações. Dia desses, li uma reportagem onde dizia: “ podemos até nos lutar contra o novo conceito na tentativa de reverter aquela tendência, mas não podemos perder a capacidade de perceber quando a luta estiver perdida e que, se insistirmos em resistir, ficaremos a pregar no deserto.”

Ora, se desistirmos de lutar por nossos valores e princípios morais só por que surgiu uma nova tendência apresentada em massa pela mídia, o que deixaremos para nossos filhos? A reportagem dizia que conceitos e definições são elementos “pós-construidos”, ou seja, primeiro conhecemos o objeto ou o fato e, partindo da nossa observação, construímos o conceito ou a definição. Após a construção,o conceito ou definição, já não será mais “pós” e sim “pré”, pois visa conceituar ou definir objetos ou fatos posteriores. Teremos, diz a reportagem, um pré-conceito, ou na linguagem popular, preconceito. Insistir em velhos conceitos, diz, é ser preconceituoso.

Esse é um tipo de conceito que deve ser revisto. Não é preconceituoso aquele que se dedica a estruturar uma sociedade melhor para se viver, com respeito ao semelhante, na defesa de valores, chamado pelos mais modernos de “cafona”, mas que preservam elementos que não permitem a desintegração social. Temos que ter muito cuidado quando a proposta é romper com valores que sustentam uma sociedade, ou estaremos sujeitos a não conseguir repassar para a próxima geração aquele legado que recebemos de nossos antepassados.

Pois já dizia Barbosa Lessa : “ Se não quisermos colocar fora todo esforço cultural e transformar em experiência fracassada a busca de impedir a desintegração social, devemos ter um cuidado muito especial com duas grandes questões, que são: Assistência ao homem do campo e a atenção especial às novas gerações.”

Acredito que rever conceitos não é o fundamental, mas fazermos valer o que já existe é nosso real objetivo. Os objetivos são nossos rumos, as metas nossa motivação.

Regalo: MTG

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