terça-feira, 10 de agosto de 2010

A Peleia da Mulher Gaúcha em Cantar o Rio Grande

por Fernando Massolini

A alguns dias atrás a parceira do blog Raquel Borba pediu para que eu escrevesse algo sobre o espaço da mulher no universo nativista, o assunto é bem complicado mas de enorme valia até porque eu nunca achei nenhum texto publicado nesse sentido.

A prenda gaúcha sempre desenvolveu papel importante na história, cultura e formação do Rio Grande do Sul, inicio a prosa com Anita Garibaldi que inclusive peleou ao lado de Giuseppe a serviço da República Rio-Grandense na Revolução Farroupilha e também foi prisioneira na Batalha de Curitibanos.

Desde a década de 80 as prendas sempre estiveram envolvidas na música nativista, nomes como Lúcia Helena, Marilene Medeiros e Loma são lembrados até hoje.
Antigamente o universo feminino ressaltava muito o pago, a família e os nossos costumes perante sociedade, uma das únicas exceções da época é a Loma, que interpretando em 1989 "Carreirada no Tempo" relatou não só as coisas simples do pago mas também o campeirismo e suas apostas numa Carreira de Época.

Hoje há duas fortes correntes femininas dentro do nativismo, a primeira é a música universal onde um ótimo exemplo é o novo trabalho da Shana Muller intitulado "Brinco de Princesa", nesse disco a Shana projeta uma linguagem mais abrangente com a música "Eu quero ser do Mundo". O segundo segmento é a música campeira de fato, essa relata lidas de campo como
tropeadas e tiro-de-laço, exemplo disso é a Juliana Spanevello com a música "Pela Querência", onde canta o campeirismo dos quatro cantos do Rio Grande do Sul, seu disco é intitulado "Pampa e Flor" e está em fase final de gravação.

Eu particularmente gosto muito dessa corrente campeira pois admiro a coragem dessas mulheres em conquistar seu espaço dentro desse universo nativista até então dominado pelo público masculino. O fato é que seja com Anita Garibaldi em 1840 ou com nossas mulheres pampeanas do século XXI, a mulher gaúcha sempre estará peleando com toda sua força em busca de um Rio Grande cada vez mais gaúcho.

Regalo texto: Fernando Massolini

3 comentários:

  1. Adorei o texto e até dividi com os leitores do meu blog. Gracias pelo carinho. Gostei da forma como definiste meu trabalho. Grande abraço!

    ResponderExcluir
  2. Parabéns pelo post, loco de especial.
    Creio que, devido ao machismo que sempre rondou o nativismo, as mulheres não tenham recebido o espaço que merecem.
    No entanto, trabalhos como o de Shana Muller abrem porteiras para as mulheres cantando a verdadeira música nativista.

    ResponderExcluir
  3. A Pati não está conseguindo comentar aqui, porém me enviou por facebook o comentário, esse têm que ficar arquivado, mui bueno.

    por Patricia Bergamin:
    Meu amigo, tiro meu chapéu véio pra ti, aquele que tu diz q tenho que tapear. hehehe. Não consigo comentar lá, mas o texto é de extremo bom gosto, simples e bem significativo. De fato gostei muito sim, acertou. Bom que ainda temos quem fale da mullher gaúcha como tem que se falar, merecemos que não sejam tão superficiais quando falam da gente não é? Afinal, a força o talento e a beleza dessas 'Anitas' de ontem e hoje foram e sempre serão parte de uma história linda que só o Rio Grande tem. Beijão.

    ResponderExcluir

Tchê, é um prazer receber seu comentário e/ou sua crítica, fique a vontade para soltar o verbo e muito obrigado por sua participação. Forte abraço.