terça-feira, 14 de setembro de 2010

FAMA DE DOMADOR

Tchê, nesse retorno eu não poderia deixar de postar essas belas palavras que cairam em minha caixa de correio ainda no dia 25 de agosto, o autor é o grande poeta e parceiro do blog José Heitor Fonseca.

Muchas gracias pela parceria.
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por José Heitor Fonseca

Nessa minha lida campeira,
Quebro queixo de potro chucro,
Levo vantagem - tenho lucro,
Porque sempre fui bom de doma;
Tocava espora nas virilhas
E não lembro quantas quadrilhas,
Pois com tempo perdi a soma.

E neste meu viver gaudério,
Pulando assim de campo em campo,
Nasci que nem um pirilampo
Iluminando a noite escura...
E por cada potro domado,
O patrão pagava dobrado,
Pois foi "bicho" que teve cura.

Amansar um bicho selvagem
Para mim é coisa comum,
Ainda não levei tombo algum,
Mesmo brincando com a sorte,
E se caso levar um tombo,
Levanto e volto para o lombo
E só paro com minha morte.

Do contrário jamais eu paro,
Nem que quebrem minhas costelas,
Domando conquistei donzelas
Que ficaram mesmo encantadas,
Porque viram fibra de macho,
Pois trato com carinho um guacho,
Mas potro chucro a chicoteadas.

Na domação criei meu cenário
Em cima de cavalo novo
E fiquei famoso entre o povo
Por ser um peão destemido...
E não sinto medo da morte,
Pois fiz deste ofício um esporte
E tenho o "boró" garantido.

Ganhei fama de domador
Por toda querência sulina,
Potro chucro não me domina,
Por isso minha fama corre,
Tanto no sul como no norte
E jamais me entrego pra morte,
Pois quem nasce guapo não morre.

Regalo poesia: José Heitor Fonseca
Regalo foto: Voldinei Burkert Lucas (www.lucas.art.br)

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