domingo, 11 de abril de 2010

Das dores que trago

por Paulo Ricardo Costa

Passei minha vida domando,

Quebrando queixos de potro,
Sem tempo de fazer planos...
Servindo apenas, os outros,
Até que um dia, sem querer,
Se boleou o meu coração,
Arrebentando as maneias,
Por conta de uma paixão;

Já saltou batendo arreio,
Coçado a mango e esporas,
De uma saudade gineta...
Dos amores que desflora,
Foi por causa de uma linda,
Dessas, flor de pitangueira,
Que traz aromas de noite...
Com sonhos, pra vida inteira;

São essas dores que trago,
Quando a alma se aquieta,
Buscando pelas moradas...
Àquela, que me completa;
Mas ela, não quis saber...
Deixou de rédeas na mão,
E duas esporas, cravadas,
Talhando o meu coração;

Senti o peso do mango,
As dores desses, cavalos,
A xucreza de um sentimento,
Que a golpe não quis domá-lo;
Bagual de lombo encardido,
Parece mais xucro, ainda,
Se arrebentou contra o peito,
De amores, por àquela linda;

Mas, hoje pasta solito...
Gavionando nos corredores,
Buscou um fundo de campo,
Não quer saber, de amores,
Deixei as domas de lado...
Dei liberdade pros potros,
Nunca mais pensei na china,
Que vive nos braços de outro.

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