por Paysaninho Claudio
Poesia premiada com o segundo lugar na
Reculuta da Poesia de Uruguaiana-RS - 2007
Nos idos de pré-colombo,
o índio, andava à campo.
Nômades de mil recantos
recorriam a Cisplatina,
das serras de Santa Catarina
no berço do Rio Pelotas,
pelo litoral e encostas
até o Prata, na Argentina.
Um dia chegou do Norte
o branco desbravador,
com fama de conquistador
trouxe muita novidade,
restringiu a liberdade
do nosso índio pampiano
que passou a ser orelhano
da sua própria identidade.
O americano, então, andou
para dentro das missões,
abrandaram-se os corações
em nome do deus Tupã
abraçou a vida cristã
atrás da Cruz de Lorena
deixou de ser o “ventena”
para formar um grande clã.
O negro chegou dos mares
pra mexer na agricultura,
padeceu com as agruras
de povo que foi cativo,
mas, andou sempre altivo
fez da cor a referência,
e adotou esta querência
como seu pago nativo.
O português, o espanhol...
o índio e o africano,
por muitos e muitos anos
viveram em deslocamentos,
dormiram em acampamentos
pra demarcar as fronteiras,
e desfraldaram bandeiras
de lutas e movimentos.
Foi no lombo do cavalo
que o Rio grande se afirmou,
na sua anca engarupou
muitas histórias de guerra,
a saga farrapa encerra
todos os ideais de Bento,
Sepé e o seu juramento:
“Morrer, peleando na terra”.
O Seival e o Farroupilha
ao comando de Garibaldi
não fizeram fama debalde
ao rodar rumo a Laguna,
pois, nesta faixa reiúna
se moveram de surpresa
pra vencer a realeza
e afundar suas escunas.
O colono europeu, migrou,
pra cortar terra de arado.
O boi trabalhou pesado
pra puxar o arrastão,
com o italiano e o alemão
o Rio Grande andou pra frente
e movimentou sua gente
pra desenvolver este rincão.
Lá do interior de São Paulo
desceram pra cá os “birivas”
e formaram comitivas
de comércio e tropeadas,
gado, cavalos e muladas
riscaram o sul do Brasil
numa cruzada mercantil
por todas estas canhadas.
Quando chegaram os gringos
trazendo a “cobra grande”,
se alvoroçou o Rio Grande
com o rumo da evolução.
Sumiu da nossa visão
as tropas, gritos e berros
embarcaram no trem de ferro
as marcas da tradição.
Então, se acomodaram
andarengos e tropeiros,
domadores e lanceiros
ficaram sem ocupação.
O ronco do caminhão
substituiu o carro de boi
e o ludicismo se foi
na cauda do avião.
O gaúcho, se tornou povo
arrocinado às distâncias,
nunca escondeu a ânsia
de se abraçar ao sucesso
até almejou o ingresso
entre os povos soberanos
e se tornou vaqueano
nos caminhos do progresso.
Em cada canto de pátria
do Brasil de sul a norte,
aonde quer que aportes
acharás uma bombacha,
nestas andanças machaças
o Gaúcho fez costumes
e serve de vaga-lume
onde a riqueza se acha.
Cruzando campos e serras,
coxilhas e depressões,
do Litoral as Missões
do Chuí até Garruchos.
Nunca precisou de luxo,
apenas de galhardia
pra mostrar a todos que um dia
“assim se movimentou o gaúcho”.
Regalo: recantodasletras.uol.com.br
Poesia premiada com o segundo lugar na
Reculuta da Poesia de Uruguaiana-RS - 2007
Nos idos de pré-colombo,
o índio, andava à campo.
Nômades de mil recantos
recorriam a Cisplatina,
das serras de Santa Catarina
no berço do Rio Pelotas,
pelo litoral e encostas
até o Prata, na Argentina.
Um dia chegou do Norte
o branco desbravador,
com fama de conquistador
trouxe muita novidade,
restringiu a liberdade
do nosso índio pampiano
que passou a ser orelhano
da sua própria identidade.
O americano, então, andou
para dentro das missões,
abrandaram-se os corações
em nome do deus Tupã
abraçou a vida cristã
atrás da Cruz de Lorena
deixou de ser o “ventena”
para formar um grande clã.
O negro chegou dos mares
pra mexer na agricultura,
padeceu com as agruras
de povo que foi cativo,
mas, andou sempre altivo
fez da cor a referência,
e adotou esta querência
como seu pago nativo.
O português, o espanhol...
o índio e o africano,
por muitos e muitos anos
viveram em deslocamentos,
dormiram em acampamentos
pra demarcar as fronteiras,
e desfraldaram bandeiras
de lutas e movimentos.
Foi no lombo do cavalo
que o Rio grande se afirmou,
na sua anca engarupou
muitas histórias de guerra,
a saga farrapa encerra
todos os ideais de Bento,
Sepé e o seu juramento:
“Morrer, peleando na terra”.
O Seival e o Farroupilha
ao comando de Garibaldi
não fizeram fama debalde
ao rodar rumo a Laguna,
pois, nesta faixa reiúna
se moveram de surpresa
pra vencer a realeza
e afundar suas escunas.
O colono europeu, migrou,
pra cortar terra de arado.
O boi trabalhou pesado
pra puxar o arrastão,
com o italiano e o alemão
o Rio Grande andou pra frente
e movimentou sua gente
pra desenvolver este rincão.
Lá do interior de São Paulo
desceram pra cá os “birivas”
e formaram comitivas
de comércio e tropeadas,
gado, cavalos e muladas
riscaram o sul do Brasil
numa cruzada mercantil
por todas estas canhadas.
Quando chegaram os gringos
trazendo a “cobra grande”,
se alvoroçou o Rio Grande
com o rumo da evolução.
Sumiu da nossa visão
as tropas, gritos e berros
embarcaram no trem de ferro
as marcas da tradição.
Então, se acomodaram
andarengos e tropeiros,
domadores e lanceiros
ficaram sem ocupação.
O ronco do caminhão
substituiu o carro de boi
e o ludicismo se foi
na cauda do avião.
O gaúcho, se tornou povo
arrocinado às distâncias,
nunca escondeu a ânsia
de se abraçar ao sucesso
até almejou o ingresso
entre os povos soberanos
e se tornou vaqueano
nos caminhos do progresso.
Em cada canto de pátria
do Brasil de sul a norte,
aonde quer que aportes
acharás uma bombacha,
nestas andanças machaças
o Gaúcho fez costumes
e serve de vaga-lume
onde a riqueza se acha.
Cruzando campos e serras,
coxilhas e depressões,
do Litoral as Missões
do Chuí até Garruchos.
Nunca precisou de luxo,
apenas de galhardia
pra mostrar a todos que um dia
“assim se movimentou o gaúcho”.
Regalo: recantodasletras.uol.com.br
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