Por Mônica Boeira
Se traçássemos uma linha do tempo, para descrever a evolução da música gaúcha, desde 1960, 70, 80, 90, muita coisa se escreveria, e inúmeros nomes figurariam nessa lista. O que se pode afirmar é que houve evolução, crescimento. Surgiram eventos que mais tarde seriam incubadoras de talentos, e muitos desses eventos já não existem mais. Aliás, hoje se questiona a validade de alguns episódios. Os festivais são uma página na nossa história que gera polêmicas, controvérsias e intrigas. Mas em contrapartida, vem dos festivais o que o público mais gosta: novas músicas, outros interpretes. Uma lufada de novidades, passando pelo modo de tocar, até mesmo pelo jeito de vestir. Mudança esta algumas vezes bem vinda, outras escorraçada. De toda forma, continuam a movimentar a manivela do tempo, com relação à história da música no Estado.
Em meio a febre da MPB, de Chico e Tom, ou da efervescência do rock’n roll delicado dos Mutantes, e da novidade ¨mó brasa¨ que Roberto e Erasmo cantavam, Teixeirinha descobriu que se podia fazer música aqui. Foi além e movimentou um pólo cultural, onde discos, shows e até mesmo filmes, desenvolveram a história da Capital e do interior do Rio Grande do Sul, levando essa nova música para todo Brasil. Usava sim, o lenço vermelho no pescoço. A bota e a bombacha era motivo de orgulho.
Nossos artistas usam a bombacha, a bota e mesmo o chapéu. Mas acredite, não por uma cartilha, um manual que dita regras e inventa condições para que se escreva a história da música gaúcha. Mas porque como dizia o poeta, ao vestir uma bombacha, usar um lenço no pescoço, mantemos viva a herança cultural que nossos pais trouxeram. Passarinho já cantava: ¨é pra que digam quando eu passe, saiu igualzito ao pai¨. É muito provável que este orgulho entranhado na grandeza de vestir uma bombacha, ou de cantar pilchado tenha mais explicações sentimentais, embasadas no bairrismo do gaúcho, afinal somos aquele povo, conhecido no resto do País, que sabe cantar o Hino do Estado, além do Hino do Brasil. É a raça gaúcha, que imprime uma força indescritível a tudo aquilo que se faz. Inclusive deixa essa marca na música quando um artista sobe ao palco muito bem pilchado, defendendo sua arte e toda evolução nela contida.
O MTG movimenta e dita as regras dentro dos CTG’s. O que se faz aqui fora é por conta e risco de cada um, e as influências de um mundo globalizado podem ser vistas na pilcha também. Alguns trazem com orgulho a bombacha castelhana. Outros preferem a conhecida por seus favos e muitos panos. Agora isso realmente importa na música que se faz? Tenho certeza que não.
No mundo do imediato, da internet e da rapidez de um clique, a música gaúcha já foi reconhecida até mesmo em premiações do centro do País, como o famoso Prêmio TIM da Música Brasileira, em 2008. A categoria melhor dupla regional foi conquistada pelo trabalho de dois gaúchos. César Oliveira e Rogério Melo.
Antes de surgirem afirmativas como ¨a música gaúcha torna-se intragável para um adolescente esclarecido¨ ou ¨que essas diferenças não são cristalinas ao público¨ ou se uma polêmica instaurada pelos cantos virtuais e meios de comunicação, é apenas resultado de ¨poucos que, adulterando a frase, se apressaram em amesquinhar o tema são os interessados de sempre em insuflar a defesa da “valorosa honra do Rio Grande”, e dela extrair audiência e patrocínio. Talvez esteja aí o melhor exemplo do que é realmente difícil de engolir¨.
Afirmo que difícil de engolir são os pontos de vista embasados em teorias preconceituosas, repletos de desconhecimento de causa, e muito provavelmente pontilhados de uma inveja, de alguém que nunca na vida teve o orgulho de vestir uma bombacha, sem ser apontado como uma caricatura de algo que realmente não é - uma alma livre. Um gaúcho!
Para finalizar, quem eu sou?
Antes de tudo, alguém que busca o esclarecimento. Um ser em evolução, ou que a princípio, busca essa evolução. Sou gaúcha. Sou porto alegrense. Sou Assessora de imprensa e radialista. Ah, também sou voluntária da Fundação Vitor Mateus Teixeira. Sou apaixonada por música. Trabalho e vivo para elevar a cultura e o folclore do Rio Grande do Sul.
Regalo: Blog Rádio Rural AM
Se traçássemos uma linha do tempo, para descrever a evolução da música gaúcha, desde 1960, 70, 80, 90, muita coisa se escreveria, e inúmeros nomes figurariam nessa lista. O que se pode afirmar é que houve evolução, crescimento. Surgiram eventos que mais tarde seriam incubadoras de talentos, e muitos desses eventos já não existem mais. Aliás, hoje se questiona a validade de alguns episódios. Os festivais são uma página na nossa história que gera polêmicas, controvérsias e intrigas. Mas em contrapartida, vem dos festivais o que o público mais gosta: novas músicas, outros interpretes. Uma lufada de novidades, passando pelo modo de tocar, até mesmo pelo jeito de vestir. Mudança esta algumas vezes bem vinda, outras escorraçada. De toda forma, continuam a movimentar a manivela do tempo, com relação à história da música no Estado.
Em meio a febre da MPB, de Chico e Tom, ou da efervescência do rock’n roll delicado dos Mutantes, e da novidade ¨mó brasa¨ que Roberto e Erasmo cantavam, Teixeirinha descobriu que se podia fazer música aqui. Foi além e movimentou um pólo cultural, onde discos, shows e até mesmo filmes, desenvolveram a história da Capital e do interior do Rio Grande do Sul, levando essa nova música para todo Brasil. Usava sim, o lenço vermelho no pescoço. A bota e a bombacha era motivo de orgulho.
Nossos artistas usam a bombacha, a bota e mesmo o chapéu. Mas acredite, não por uma cartilha, um manual que dita regras e inventa condições para que se escreva a história da música gaúcha. Mas porque como dizia o poeta, ao vestir uma bombacha, usar um lenço no pescoço, mantemos viva a herança cultural que nossos pais trouxeram. Passarinho já cantava: ¨é pra que digam quando eu passe, saiu igualzito ao pai¨. É muito provável que este orgulho entranhado na grandeza de vestir uma bombacha, ou de cantar pilchado tenha mais explicações sentimentais, embasadas no bairrismo do gaúcho, afinal somos aquele povo, conhecido no resto do País, que sabe cantar o Hino do Estado, além do Hino do Brasil. É a raça gaúcha, que imprime uma força indescritível a tudo aquilo que se faz. Inclusive deixa essa marca na música quando um artista sobe ao palco muito bem pilchado, defendendo sua arte e toda evolução nela contida.
O MTG movimenta e dita as regras dentro dos CTG’s. O que se faz aqui fora é por conta e risco de cada um, e as influências de um mundo globalizado podem ser vistas na pilcha também. Alguns trazem com orgulho a bombacha castelhana. Outros preferem a conhecida por seus favos e muitos panos. Agora isso realmente importa na música que se faz? Tenho certeza que não.
No mundo do imediato, da internet e da rapidez de um clique, a música gaúcha já foi reconhecida até mesmo em premiações do centro do País, como o famoso Prêmio TIM da Música Brasileira, em 2008. A categoria melhor dupla regional foi conquistada pelo trabalho de dois gaúchos. César Oliveira e Rogério Melo.
Antes de surgirem afirmativas como ¨a música gaúcha torna-se intragável para um adolescente esclarecido¨ ou ¨que essas diferenças não são cristalinas ao público¨ ou se uma polêmica instaurada pelos cantos virtuais e meios de comunicação, é apenas resultado de ¨poucos que, adulterando a frase, se apressaram em amesquinhar o tema são os interessados de sempre em insuflar a defesa da “valorosa honra do Rio Grande”, e dela extrair audiência e patrocínio. Talvez esteja aí o melhor exemplo do que é realmente difícil de engolir¨.
Afirmo que difícil de engolir são os pontos de vista embasados em teorias preconceituosas, repletos de desconhecimento de causa, e muito provavelmente pontilhados de uma inveja, de alguém que nunca na vida teve o orgulho de vestir uma bombacha, sem ser apontado como uma caricatura de algo que realmente não é - uma alma livre. Um gaúcho!
Para finalizar, quem eu sou?
Antes de tudo, alguém que busca o esclarecimento. Um ser em evolução, ou que a princípio, busca essa evolução. Sou gaúcha. Sou porto alegrense. Sou Assessora de imprensa e radialista. Ah, também sou voluntária da Fundação Vitor Mateus Teixeira. Sou apaixonada por música. Trabalho e vivo para elevar a cultura e o folclore do Rio Grande do Sul.
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