terça-feira, 1 de junho de 2010

Só com pena de morte

por Paulo Santana

Se eu não fosse jornalista, ainda assim leria a crônica policial, chego a esta conclusão.


Mas há notícias que me arrasam, talvez fosse melhor não lê-las.

Esta, que não li em jornal nenhum, no entanto me foi enviada por um leitor.

Vai abaixo transcrita e duvido que você, que vai lê-la, não tenha um só pensamento após a leitura que não seja a pena de morte.

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Do Diário de Pernambuco: “Gisele Rodrigues da Silva, a menina de seis anos estuprada e enterrada viva no distrito de Tejucupapo, município de Goiana, será sepultada hoje naquela cidade. O corpo da criança ainda está no Instituto de Medicina Legal (IML) do Recife. De acordo com o chefe do necrotério, Manoel Silvestre, o bisavô da criança foi ao local esta manhã, mas o corpo não pôde ser liberado sem a presença de um dos pais ou avós, que têm os nomes registrados na certidão de nascimento da vítima. O cadáver será levado para a cidade de Goiana em um carro da funerária São Luiz.

Cinco horas depois de ficar sob pedras em um buraco onde foi enterrada viva e ferida, Gisele ainda teve forças para balbuciar dois nomes. ‘Quem fez isso com você?’, perguntou o policial experiente à menina de seis anos: ‘Foi tio Lolota e Nino’. Quatro horas depois, a menina morreu em um leito do Instituto de Medicina Integral (Imip), no Recife. Parada cardíaca, atestou o laudo. Antes do coração de Gisele parar de bater, os dois acusados estavam presos em flagrante sob acusação de estupro de vulnerável e tentativa de homicídio.

O tempo que Gisele teve para falar pode salvar outras vidas. Na comunidade onde aconteceu o crime bárbaro, em Tejucupapo, distrito de Goiana, a 63 quilômetros do Recife, o comentário era de que Nino, que se chama Rosenildo Fidélis da Silva, 19 anos, costumava roubar e já teria se envolvido em um estupro. Nada confirmado pela Polícia Civil até então. Na delegacia, ele negou o crime, mas foi enviado para a Cadeia Pública de Goiana, onde está à disposição da Justiça.

Mesmo com a má fama, Nino frequentava a casa da criança. Lá se encontrava com o outro acusado, o tio Lolota, cujo nome é Luiz Carlos Rodrigues da Silva, 19. Nunca na presença do avô materno da menina, Luiz Maurício Lima, que assumiu a tarefa de pai logo que ela nasceu.

Tudo aconteceu quando Gisele sumiu enquanto brincava na frente de casa, por volta das 17h de quinta-feira. Quem estava por perto na hora era um dos acusados, o tio da menina, empinando pipa. Logo, logo, a avó da criança, que também assumiu o papel de mãe de Gisele, sentiu falta da menina.

Por cinco horas, a comunidade se mobilizou até encontrar a menina desmaiada dentro de um buraco nas terras de uma empresa de cal abandonada, perto da casa onde morava. No corpo, sinais de estrangulamento, ferimentos nos joelhos, nas regiões genitais e na boca. Havia ainda uma espécie de tela de metal cobrindo o rosto e sobre o corpo, muitas pedras.

Os próprios moradores levaram a criança nos braços até o posto de saúde mais próximo. De lá ela foi encaminhada, por volta de meia-noite, para o Hospital Belarmino Correia, em Goiana, onde contou à polícia os nomes dos autores do crime. ‘Eles disseram que estavam procurando a criança, mas achei estranho terem passado por aqui antes’, disse o vigilante da empresa abandonada, Erivaldo Mota. A criança estava vestida, mas sem roupa íntima. Ontem pela manhã, a Polícia Militar encontrou no meio do matagal uma calcinha infantil, que foi recolhida e pode servir como prova do crime.

Para o delegado de plantão em Goiana, Salatiel Patrício, não há dúvida da autoria. ‘Além de a criança ter contado quem fez aquilo com ela, os suspeitos entraram em contradição o tempo inteiro. Primeiro disseram que não se conheciam, depois falaram que se conheciam, entre outras informações’, disse.

Gisele chegou ao Imip por volta das 2h de ontem, depois de passar pela emergência do Hospital Agamenon Magalhães, também no Recife. A menina estava em coma e com sangramento pelo nariz e boca. Morreu às 4h”.

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Imagino apenas o sofrimento da criança...

Não há mais como entender as pessoas, em Ciríaco a mãe pratica homicídio em seu filho de 6 anos e depois tenta se suicidar. Lá em Goiânia dois adolescentes estupram, batem e enterram viva uma menina de também 6 anos de idade.

Alguma coisa têm que mudar.

Santana, talvez não seja a pena de morte o melhor modo como você persiste em relatar, mas nosso sistema judiciário têm que garantir muitas décadas de solitária a esses indivíduos.

Esse causo não ocorreu no Rio Grande do Sul, mas fica um sentimento de raiva e vingança a qualquer pessoa que ler esse artigo. Isso é o Brasil pessoal.

Em meses de Copa do Mundo essas notícias não ganham espaço na mídia nacional e o foco é total na seleção brasileira.

Luiz Inácio "Lula" da Silva, troca aquela grana que você prometeu presentear aos jogadores se Brasil ganhar a copa do mundo (1 milhão por cabeça) e investe em presídios, investe em segurança, investe em educação. Alguma coisa já ajuda.

Luiz Inácio "Lula" da Silva, pega essa grana que você emprestou ao continente europeu e investe em seu pais.

Luiz Inácio "Lula" da Silva, você e seus companheiros se darão conta da realidade brasileira apenas quando estas barbaridades acontecerem em suas famílias, que por sinal são rodeadas de seguranças do Estado.

Sei que sozinho não mudarei o mundo, mas ao modo que posso, tento fazer a minha parte.

Brasil vergonha.

"O mundo não está ameaçado pelas pessoas más, e sim por aquelas que permitem a maldade.".

Isso é Albert Einstein gauchada, deve ser levado em consideração.

Abraço.

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