por Pedro Du Bois
Fronteiras
se destacam
em desigualdades: lados
se ofendem em salvaguardas
a diferenciação dos corpos
sobre mentes distantes
uma cerca
um rio
uma ponte
um sorriso
e uma morte
a ilusão de que a diferença
sobreposta ao gesto
gosta do que vê
ouvir hinos diferentes:
considerar verbos
e saber que a distância
se estende em capitais
além da compreensão
das leis
e ordens
desordenadamente
repetidas na singularidade
das roupas sóbrias
na sobriedade do acaso
no ocaso das dificuldades
a quantificação entre possibilidades
permite acompanhar olhos dispostos
na linha de defesa: ataque solidário
dos animais indistintos em sotaques
afrontar a terra ao lado
ladear a conquista do território
tornar a terra inconquistada
quando olhar ao horizonte desprezar
a cerca
acercar-se
do que pode ser a igualdade
talvez os deuses sejam os mesmos:
a contrição igual
o pecado original
a culpa acidental
não se remoer pelo outro
nem reacender a chama
nem rescender ao perfume
da fruta aqui
e ali
perpetrada
em árvores
singulares
fronteiriça: a linha imaginária
se realiza na alça de mira
olhares alcançam horizontes
humanamente desprovidos
da largura
da profundidade
do aprofundamento
naturalmente
colocados
pela ação
da terra
ante
o tempo
(assim considerado)
seus olhos repousam sobre os meus olhos
seu corpo disposto em alinhamento
seu sexo ocultado em uniformes
a uniformidade conduz o desgosto
no sofrimento pela (não) passagem
conserva a esperança de ser irmão
e irmã: sem servidão destacada
na aridez do solo
na serventia do caminho
na solidão
frente a frente: em frente ao consolo
repousam mãos elevadas em entrega
consumir o espaço: cada dia entender
(ou sonhar) o despropósito: descoser
a linha: esgarçar a distância
em romperes de aurora
acordar ao lado e saber-se
estrangeiro.
Fronteiras
se destacam
em desigualdades: lados
se ofendem em salvaguardas
a diferenciação dos corpos
sobre mentes distantes
uma cerca
um rio
uma ponte
um sorriso
e uma morte
a ilusão de que a diferença
sobreposta ao gesto
gosta do que vê
ouvir hinos diferentes:
considerar verbos
e saber que a distância
se estende em capitais
além da compreensão
das leis
e ordens
desordenadamente
repetidas na singularidade
das roupas sóbrias
na sobriedade do acaso
no ocaso das dificuldades
a quantificação entre possibilidades
permite acompanhar olhos dispostos
na linha de defesa: ataque solidário
dos animais indistintos em sotaques
afrontar a terra ao lado
ladear a conquista do território
tornar a terra inconquistada
quando olhar ao horizonte desprezar
a cerca
acercar-se
do que pode ser a igualdade
talvez os deuses sejam os mesmos:
a contrição igual
o pecado original
a culpa acidental
não se remoer pelo outro
nem reacender a chama
nem rescender ao perfume
da fruta aqui
e ali
perpetrada
em árvores
singulares
fronteiriça: a linha imaginária
se realiza na alça de mira
olhares alcançam horizontes
humanamente desprovidos
da largura
da profundidade
do aprofundamento
naturalmente
colocados
pela ação
da terra
ante
o tempo
(assim considerado)
seus olhos repousam sobre os meus olhos
seu corpo disposto em alinhamento
seu sexo ocultado em uniformes
a uniformidade conduz o desgosto
no sofrimento pela (não) passagem
conserva a esperança de ser irmão
e irmã: sem servidão destacada
na aridez do solo
na serventia do caminho
na solidão
frente a frente: em frente ao consolo
repousam mãos elevadas em entrega
consumir o espaço: cada dia entender
(ou sonhar) o despropósito: descoser
a linha: esgarçar a distância
em romperes de aurora
acordar ao lado e saber-se
estrangeiro.
Caro Fernando, mais uma vez - como sempre - agradeço pela divulgação do poema. Abraços, Pedro.
ResponderExcluirPedro, é um enorme regalo para nós termos você como parceiro, que vem fazendo poemas com enorme identificação em nossa cultura. Nós nativistas é que temos que agradecer.
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